SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A cidade de São Paulo teve o mês de outubro mais chuvoso em 80 anos, desde que o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) começou a fazer a medição, em 1943.
Segundo órgão ligado ao Ministério da Agricultura e Pecuária, a estação meteorológica de Santana, na zona norte do município, registrou um acumulado de 356 mm de chuva até o início da tarde desta terça-feira (31).
O recorde anterior para outubro foi de 1969, quando houve o acumulado de 237,9 mm.
De acordo com o Inmet, a média para outubro no município é de 127,2 mm.
O maior volume de chuva em 24 horas neste mês foi de 86,6 mm, totalizado na manhã do dia 9.
Em relação ao acumulado deste ano, choveu 1.553,7 mm, o que corresponde a 21% (270,6 mm) acima da normal climatologia para os meses do período.
A chuva histórica deste mês contrasta com as estimativas feitas no fim de setembro. De acordo com o instituto, após um período seco no inverno, as previsões para outubro apontavam o retorno gradual da chuva nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do país, principalmente em áreas de Mato Grosso do Sul, São Paulo e sul de Minas Gerais, com volumes inferiores a 160 mm.
Segundo a meteorologista Josélia Pegorin, da Climatempo, a passagem de seis frentes frias pelo oceano, porém, refletiram diretamente na cidade de São Paulo, pela sua proximidade com o litoral paulista, e provocaram chuvas acima da média.
“Quando as frentes frias passam elas injetam umidade”, afirma a meteorologista.
De acordo com Pegorin, durante o mês de outubro também predominou sobre o estado de São Paulo o ar quente úmido e houve ainda a influência de áreas de instabilidade que se formaram em Mato Grosso do Sul e no Sul do Brasil, que avançaram para São Paulo.
“Mas, especialmente as passagens de frentes frias e esse ar muito quente e úmido sobre o estado formaram nuvens muito carregadas”, afirmou.
Na tarde desta terça-feira, o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da Prefeitura de São Paulo chegou a colocar praticamente toda a cidade em estado de atenção para alagamentos.
Com chuva acima da média, o sistema Cantareira estava com 72,9% de sua capacidade nesta terça. Há um ano, segundo a Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado), o índice do reservatório de água era de 31,8%.
MAIS QUENTE
Os termômetros também sentiram em outubro. Com média de 27,2°C, as temperaturas máximas fecharam o mês em 0,7°C acima da média, que é de 26,5°C.
O desvio deste mês, entretanto, baixou significativamente em relação ao calorão de setembro, que havia sido de 5 °C acima da média, afirma o Inmet.
A máxima deste mês na cidade foi de 33,7°C, registrada no dia 24, índice que ficou abaixo da maior temperatura de setembro, em cerca de 3°C.
“Geralmente, os valores de outubro são maiores que os de setembro, o que não aconteceu neste ano”, afirma o instituto.
A média das temperaturas mínimas ficou em 18,5°C, cerca de 2°C da média climatológica, de 16,5°C.
O dia 14 teve a menor marca do mês, com registro de 14,4°C no mirante de Santana.
VIRADA NO FERIADO
O tempo deve mudar na cidade de São Paulo no feriado prolongado de Finados. Segundo o meteorologista Thomaz Garcia, do CGE, a frente fria se afasta e os ventos passam a soprar do quadrante sul, o que vai provocar a queda da temperatura.
Segundo ele, nesta quarta-feira (1º), a capital paulista deverá ter céu encoberto e garoa ocasional, principalmente entre a madrugada e as primeiras horas da manhã. A mínima prevista é de 18°C e máxima de 22°C.
Na quinta-feira (2), Dia de Finados, o céu deverá ter muitas nuvens, poucas aberturas de sol e temperatura amena. À tarde, há previsão de chuva rápida e isolada com baixo volume acumulado. Os termômetros oscilam entre a mínima de 17°C ao amanhecer, e a máxima de 23°C no início da tarde.
Na sexta (3), a máxima deverá chegar aos 30°C no início da tarde e no fim de semana há nova queda, com previsão de mínima de 12ºC no domingo (5).
MAIS CHUVA EM NOVEMBRO
Para o mês de novembro, a expectativa é que chova novamente acima do normal na capital paulista, segundo a meteorologista Josélia Pegorin, da Climatempo.
“O mês de novembro já tem naturalmente uma média de chuva maior em relação a outubro”, afirma. “Episódios de tempestades poderão ser novamente observados no estado em função da passagens de frentes frias e desse predomínio de ar quente e úmido, que ainda deveremos ter sob o país.”
Redação / Folhapress