SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Hospital Municipal do Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, teve a operação afetada pela falta de energia elétrica que já perdura 24 horas, provocada pelo temporal de sexta (3).
A unidade opera neste sábado (4) com um gerador de energia. Usuários contam que exames tiveram atrasos e ao menos uma paciente precisou ser transferida para outra unidade por causa do problema.
Uma médica da unidade e duas visitantes disseram que luzes dos corredores e da enfermaria tiveram falhas nesta tarde, piscando algumas vezes.
Segundo a concessionária Enel, responsável pela distribuição de energia na capital e em mais 23 municípios da região metropolitana, cerca de 2,1 milhões de clientes ficaram sem luz.
Procurada para se manifestar sobre o caso do hospital, a Enel disse que “está restabelecendo de forma gradual o serviço, dando prioridade aos casos mais críticos, como serviços essenciais”.
“Devido à complexidade do reparo e a necessidade de reconstrução de trechos da rede, com substituição de cabos, postes e transformadores, alguns casos podem levar mais tempo. A expectativa é normalizar o fornecimento de energia para a maioria dos clientes afetados até a próxima terça-feira (7)”, acrescentou a companhia.
A UPA (Unidade de Pronto Atendimento) funciona normalmente no local.
A reportagem também procurou a Secretaria Municipal da Saúde, para saber se outros pacientes foram transferidos e qual o plano para a unidade, mas a pasta não respondeu até a publicação deste texto.
A depiladora Elisabeth Aparecida Simplício, 54, conta que a sogra de sua filha foi transferida para o Hospital de M’Boi Mirim na tarde deste sábado. Ela estava internada na unidade do Campo Limpo desde terça (31) para fazer um cateterismo e colocar um marca-passo.
“O médico nos falou que o motivo da transferência é a falta de energia”, contou. “Entrei lá e a luz falhou algumas vezes, os funcionários disseram que o gerador está no pico da capacidade.”
A administradora Rosângela Oliveira, 34, diz que ficou 24 horas no hospital aguardando que sua filha pudesse fazer uma tomografia. Ela chegou à unidade por volta das 16h de sexta após a menina, que tem 15 anos, sofrer uma convulsão.
Após a queda de energia, ouviu dos médicos que o exame não pode ser feito enquanto o hospital estiver funcionando apenas com o gerador.
“Nós ficamos porque, como foi a primeira vez [que ela teve convulsões], tem que investigar. Se nós formos embora, será por conta própria, e para fazer esse exame outro dia vamos ter que entrar na fila, não vai ser considerado emergência”, disse a mãe.
TULIO KRUSE / Folhapress