O Ministério Público de São Paulo e a Procuradoria-Geral do Município fecharam um acordo para a recuperação de 44 milhões de dólares, aproximadamente R$ 227 milhões, desviados pelo ex-prefeito Paulo Maluf, hoje com 91 anos, nas obras da Avenida Jornalista Roberto Marinho e do Túnel Ayrton Senna. Maluf foi prefeito de São Paulo pela segunda vez entre 1993 e 1996. Ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal a sete anos e nove meses de prisão no caso e hoje cumpre pena em regime domiciliar.
As negociações para a assinatura do acordo começaram há cerca de um ano e preveem ainda o pagamento de 23 milhões de dólares, R$ 118 milhões, para cobrir custas em processos internacionais nas Ilhas Virgens Britânicas e em Jersey.
Os promotores de Justiça Silvio Marques e José Carlos Blat, da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital, que trabalham no caso Maluf há mais de duas décadas, e a promotora Karyna Mori, vão pedir a homologação na próxima segunda-feira.
O acordo foi firmado com Eucatex, fabricante de tintas e pisos controlada pela família do ex-prefeito, e as offshores Kildare, Durant e MacDoel, com a participação do Banco BTG Pactual. O BTG não tem nenhuma relação com as investigações, mas entrou no caso por uma oportunidade de negócio. O banco vai repasser 53 milhões de dólares para a Eucatex formalizar o acordo com o Ministério Público e em troca vai ficar em 1/3 das ações da Eucatex.