Nesta semana, o Guarujá havia confirmado a participação do projeto ‘Mar Sem Lixo’, que remunera pescadores artesanais de camarão para a coleta de lixo do mar. Agora, outra cidade da Baixada Santista também aderiu ao projeto: Bertioga.
Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, o cadastramento voluntário deve ser feito nas sedes das Áreas de Proteção Ambiental Marinha dos Litorais Norte, Centro e Sul, nas prefeituras participantes e nos Pontos de Recebimento de Resíduos do Mar (PRRM).
A pasta informa que o objetivo é expor, prevenir e combater o escape e o lançamento de lixo no oceano. O projeto incentiva os pescadores de camarão para que coletem os resíduos trazidos nas redes e os acondicionem após a separação em recipiente apropriado. O volume é trazido para o continente onde recebe a destinação correta.
Os profissionais aderem voluntariamente e são remunerados pela quantidade que entregam. Os resíduos passam por avaliação visual e limpeza bruta, o peso é registrado, dividido pelo número de tripulantes da embarcação e, no fim de cada mês, é convertido em reais. O valor pode chegar a R$ 600 por profissional, sendo creditado individualmente no cartão alimentação cadastrado.
Ainda de acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, a destinação dos resíduos é feita pelas prefeituras e Cooperativas de Catadores. Em paralelo, são realizadas atividades educativas junto aos visitantes dos Pontos de Recebimento de Resíduos do Mar, escolas e unidades de conservação, além de mutirões
de limpeza de praias e mangues.
Cadastro em Bertioga
A prefeitura informa que nesta sexta-feira (10/10), um mutirão de cadastramento para os interessados em participar do projeto Mar Sem Lixo será feito. A ação ocorrerá das 9h às 12h e das 13h às 16h no Ponto de Recebimento de Resíduos Retirados do Mar (PRRMs).
O endereço fica na Avenida Vicente de Carvalho, 527, no Centro, ao lado do mercado de peixe. Para efetuar o cadastro, é necessário apresentar cópias do documento de identificação oficial com foto, do CPF, do RGP ou Protocolo Inicial, declaração de produção do pescador ou permissionamento da embarcação, além do formulário de cadastro preenchido e assinado em duas vias.
Números
Segundo a secretaria, no Estado de São Paulo, o lixo marinho gerou impacto em 1.400 espécies. Sabe-se que 90% das aves marinhas possuem fragmentos plásticos em seu estômago e que, no mínimo, mil tartarugas marinhas morrem todos os anos por ingestão de plástico ou emaranhamento de lixo.
Além disso, certa quantidade de microplástico é inevitavelmente absorvida por humanos ao se alimentarem de peixes, crustáceos e frutos do mar. Estudos recentes estimam que, em média, os seres humanos podem ingerir 0,1–5g de microplásticos semanalmente por meio de várias vias de exposição,
em um cenário global. Estima-se que 12 milhões de toneladas de lixo são lançadas no mar por ano em todo o mundo.
Até o momento, foram cerca de 288 atividades, com a participação de mais de 1750 pessoas. Todo o processo é monitorado e auditado pela Fundação Florestal. Além disso, a sistematização e análise de dados gerados gera subsídios para pesquisas visando futuras políticas públicas.
Veja os critérios de elegibilidade para o programa:
- Embarcação com Arqueação Bruta (AB) menor ou igual a 20;
- Desembarcar nos municípios abrangidos pelo projeto;
- Regularidade do pescador para o exercício da atividade de pesca (RGP ou Protocolo Inicial);
- Regularidade do CPF para recebimento do subsídio;
- Apresentação de declaração de produção do pescador, emitida pelo Instituto de
- Pesca ou permissionamento da embarcação.
