PF repudia declaração do gabinete de premiê de Israel sobre ação relacionada ao Hezbollah

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal se manifestou nesta quinta-feira (9) sobre o comentário do gabinete do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, acerca da operação que prendeu dois brasileiros suspeitos de ligação com o grupo extremista Hezbollah.

Em nota, a corporação afirmou que não lhe cabe “analisar temas de política externa”, mas declarou que “manifestações dessa natureza violam as boas práticas da cooperação internacional e podem trazer prejuízos a futuras ações nesse sentido”.

Após a ação policial, deflagrada nesta quarta (8), o gabinete de Netanyahu afirmou que “os serviços de segurança brasileiros, juntamente com o Mossad [agência de inteligência e operações especiais de Israel] e os seus parceiros na comunidade de segurança israelense, juntamente com outras agências de segurança internacionais, frustraram um ataque terrorista no Brasil, planejado pela organização terrorista Hezbollah, dirigida e financiada pelo Irã”.

“A PF se utiliza da cooperação internacional como instrumento para combater de maneira eficaz a criminalidade organizada transnacional e para preservar a segurança interna”, afirmou o órgão, destacando que suas ações são técnicas, balizadas pela lei.

Disse ainda que o inquérito sobre o caso “apura fatos de forma imparcial e isenta, buscando a verdade real, sempre seguindo a legislação brasileira e os acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário”.

“Cabe exclusivamente às instituições brasileiras definir os encaminhamentos e conclusões sobre fatos investigados em território nacional. Não se pode antecipar conclusões sobre os resultados da investigação, que segue seu rito de acordo com a lei brasileira”, afirmou.

Mais cedo, o ministro da Justiça, Flávio Dino, também se manifestou sobre a declaração do gabinete do premiê israelense. Em uma rede social, Dino afirmou que o Brasil é “um país soberano” e que “nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil”.

“Nenhum representante de governo estrangeiro pode pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Polícia Federal, ainda em andamento”, afirmou.

Redação / Folhapress

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