SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Bradesco lucrou R$ 4,6 bilhões no terceiro trimestre deste ano, 11,5% a menos do que no mesmo período de 2022. Na comparação com o segundo trimestre de 2023, o resultado é 2,3% maior, segundo balanço divulgado pelo banco nesta quinta-feira (9).
O resultado é menor do que o esperado pelo mercado. A previsão média de analistas era de lucro de R$ 4,68 bilhões, com base em dados da LSEG (London Stock Exchange Group).
A margem financeira do Bradesco, diferença entre as receitas e as despesas, somou R$ 15,9 bilhões, queda anual de 2,6% e trimestral de 4,2%.
Já o ROAE (retorno anualizado sobre o patrimônio) trimestral, indicador que mede a rentabilidade da operação no período, caiu de 13% em 2022 para 11,3%. Em relação ao trimestre passado, a queda foi menor, de 0,2 ponto percentual.
Os números menores do que o esperado são fruto de uma manutenção do nível de empréstimos concedidos pelo banco. A carteira de crédito expandida subiu 1% em relação a junho, para R$ 877,5 bilhões em setembro.
As únicas linhas para pessoas físicas que não diminuíram em relação ao segundo trimestre foram o crédito consignado e o crédito pessoal. Segundo o Bradesco, esse aumento é fruto da comercialização de produtos por meio dos canais digitais.
Os banco também vendeu mais consórcios, principalmente no segmento de automóveis. Nos nove primeiros meses de 2023, a venda foi 88% maior em relação a 2022, o que gerou mais de R$ 2,4 bilhões para o banco e impulsionou a comercialização de seguros.
As operações de Seguros, Previdência e Capitalização resultaram em R$ 4,62 bilhões para o Bradesco, uma alta anual de 33,3%, mas queda trimestral de 4,5%.
O indicador de inadimplência acima de 90 dias, por sua vez, teve leve melhora em relação ao trimestre passado: caiu 1,1 ponto percentual, para 5,6%. Em relação a setembro de 2022, porém, aumentou 1,7 ponto percentual.
“A política de concessão de crédito está produzindo safras com maior qualidade, permitindo a intensificação da atividade comercial”, disse o banco.
Considerando o recorte de pessoas físicas, a inadimplência caiu de 6,7% para 6,6% na comparação trimestral, enquanto a de micro, pequenas e médias empresas subiu de 7% para 7,2%.
A PDD (Provisão para Devedores Duvidosos), que indica as possíveis perdas que o banco poderá sofrer pela falta de pagamento de clientes inadimplentes, caiu de R$ 10,3 bilhões no segundo trimestre para R$ 9,2 bilhões. Mas, em relação ao terceiro trimestre de 2022, a provisão cresceu 26,4%.
RAIO-X | BRADESCO
Fundação: 1943, em Marília (SP)
Lucro líquido no 2º tri de 2023: R$ 4,6 bilhões
Agências: 2.754
Funcionários: 86.102
Clientes: 71,7 milhões
Principais concorrentes: Itaú Unibanco, Santander, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal
JÚLIA MOURA / Folhapress