ARACAJU, SE (FOLHAPRESS) – O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a AGU (Advocacia Geral da União) aprovaram relatório que concluiu que a Disney cumpriu o acordo para aprovação da fusão com a Fox no Brasil, iniciada em 2020.
Com isso, após três anos e meio, todo o trâmite da fusão entre Disney e Fox foi concluído em nosso país. A reportagem teve acesso aos documentos de aprovação do caso.
O relatório de monitoramento do chamado ACC (Acordo em Controle de Concentrações) foi feito pela empresa ING, órgão independente designado pelo Cade com base em documentos sigilosos da Disney, que foi obrigada a dar acesso total a eles.
A ING fez o monitoramento da Disney até o último mês de julho. No relatório, a ING afirma que a Disney manteve o antigo Fox Sports com eventos ao vivo relevantes com minutagem semelhante a ESPN no período em que o Cade obrigou o uso do canal principal esportivo da Fox na TV por assinatura, entre 2020 e 2022.
Além disso, a ING afirma que a Disney também mostrou todos os jogos da Libertadores da América no Fox Sports até 2021, como determinava os termos da fusão. Apenas em 2022 o principal torneio de clubes de futebol do continente foi para os canais ESPN.
Por fim, a Disney relatou que tinha planos de usar a marca Fox Sports na TV e nas redes sociais até o fim de 2023. Em 2024, a multinacional devolve a marca para os seus antigos donos, como já foi informado pela Folha de S.Paulo anteriormente.
Para a ING, os cortes de gastos e demissões de pessoal feitas pela Disney em 2020 se justificaram pelo prejuízo financeiro que o Fox Sports deu pelo menos desde 2017, segundo balanços apresentados. O Cade e a AGU concordaram com os argumentos.
No último dia 31 de outubro, o plenário do Cade aprovou o relatório e arquivou todo o processo de fusão definitivamente, concluindo os trâmites legais.
Com isso, no ano que vem, a marca Fox Sports estará disponível para qualquer outra empresa que desejar investir no mercado brasileiro, sem maiores impedimentos.
GABRIEL VAQUER / Folhapress