Falta energia na Alesp durante depoimento de presidente da Enel a CPI

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com breves quedas de energia elétrica na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), o presidente da Enel Distribuição São Paulo, Max Xavier Lins, presta depoimento na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Enel na Alesp na manhã desta terça-feira (14).

Amparado por um habeas corpus, o executivo da concessionária, mais uma vez, atribuiu os estragos com o apagão do dia 3 às árvores e ao “evento climático extremo”.

Lins, no entanto, teve a sua apresentação comprometida por quedas de energia no auditório da Alesp. Foram ao menos duas quedas de luz com duração de poucos segundos.

“A Enel foi vítima dela mesmo. O Max quis fazer uma apresentação, mas não conseguiu por conta da queda de energia aqui [na Alesp]”, disse o presidente da CPI, Thiago Auricchio (PL).

“Podemos pedir uma indenização, porque uma televisão queimou e a outra teve o adaptador queimado. A Assembleia foi vítima da Enel”, prosseguiu o deputado.

Na sequência, Lins afirmou que a concessionária não teve responsabilidade. “Não houve problema elétrico da Enel no que tange a essas duas oscilações da Alesp. Foram oscilações provocadas por chaveamento interno.”

Em nota, a Enel diz que a “oscilação de energia na Assembleia Legislativa não tem relação com a rede de distribuição da companhia”.

A assessoria de imprensa da Casa afirma que nesta segunda (13) ocorreram duas quedas de energias sob responsabilidade da Enel e que, com isso, precisou ligar o sistema de ar-condicionado no gerador, o que levou às oscilações.

Em seu depoimento na CPI, Lins disse que a Enel tem feito investimentos para modernizar mais de 40 mil km de rede elétrica. “Um cliente da Enel São Paulo, hoje, está bem melhor com relação a 2017”, afirmou.

No início, ele pediu desculpas à população. “O evento do dia 3 foi extremo, previa-se ventos de 55 km/h e foram 105 km/h. Os efeitos disso são devastadores, sobretudo numa área onde há muita arborização.”

O ponto alto ocorreu no momento em que Lins reiterou que 95% das ocorrências de falta de luz tiveram como origem queda de galhos. “Esse parque arbóreo convive com a rede elétrica e outras de infraestrutura”, disse.

Os prefeitos, porém, alegam que só podem remover árvores após a Enel desenergizar os fios no local. “Limpe a sua rede elétrica que eu podo minhas árvores”, gritou o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB).

Prefeitos de cidades da região metropolitana como São Caetano do Sul, Taboão da Serra, Cajamar, Carapicuíba e Rio Grande da Serra também reclamaram de incidentes em suas cidades.

“Existe aqui um sentimento de insatisfação dos prefeitos. Faço o compromisso de criar uma ampla lista com todas as demandas e corrigir o mais rápido possível”, respondeu Lins.

Às véspera do depoimento, o presidente da Enel SP obteve um habeas corpus preventivo para ser dispensado de responder sobre fatos que impliquem em autoincriminação, um direito constitucional.

Com isso, Lins foi tratado como investigado, não como testemunha. “É uma liminar para falar o que quiser”, queixava-se o deputado Luiz Fernando Teixeira (PT).

CARLOS PETROCILO / Folhapress

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