Ar-condicionado portátil, inverter e de janela: saiba quando comprar cada um

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A onda de calor que atravessa o Brasil com temperaturas por volta dos 40º C fez disparar o consumo de energia com ar-condicionado, indicando a alta na procura pelo aparelho nos últimos dias. Com o interesse, vêm dúvidas como o modelo e a potência adequados.

Como o investimento em um equipamento para climatizar o ambiente costuma custar mais de R$ 1.000, escolher o aparelho certo pode poupar prejuízo e frustração e ainda garantir conforto climático e qualidade do ar.

Em geral, o ar-condicionado split, com parte interna e externa, é o mais recomendado por eficiência e baixo ruído. Sobretudo, se utilizar tecnologia inverter, que adapta o trabalho do aparelho às variações de temperatura, para economizar energia.

Esse aparelho, entretanto, não pode ser instalado quando há limitações nas instalações de água e energia. Isso pode ser até proibido pela norma do condomínio. Nesses casos, a pessoa pode recorrer a aparelhos de janela ou portáteis.

Na hora de comprar o aparelho, a Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento) recomenda olhar selos de eficiência energética emitidos por entidades do governo, como o Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica). Essa certificação indica que o produto gasta menos enquanto mantém conforto e qualidade e pode ser reconhecida por uma lâmpada, com um rosto feliz, e contorno vermelho.

VEJA COMO ESCOLHER O MODELO



AR-CONDICIONADO SPLIT

Conhecidos por serem silenciosos, os modelos splits são equipamentos que atendem apenas a um ambiente. Têm potência entre 7.000 BTU/h e 80 mil BTU/h -quanto mais alta, mais caro o aparelho. Indicados para ambientes residenciais, também são comuns em escritórios, clínicas, escolas e academias.

Enquanto a unidade evaporadora fica na parte interna do ambiente, a unidade condensadora é instalada na área externa. Os equipamentos splits oferecem diferentes tipos de evaporadora interna, que possibilitam escolhas de acordo com o design arquitetônico e a sua utilização. São eles:

High-wall -modelo mais utilizado, é instalado no alto da parede Cassete -a unidade é embutida no teto ou em um forro, ficando visível somente a grelha Piso-teto -semelhante às unidades High-wall, porém de maior porte, podendo ser instalado tanto na posição horizontal, próximo ao teto, quanto na posição vertical, próximo ao piso do ambiente Built-in -completamente embutido em um forro ou em um sistema de dutos Multi split -equipamento que faz uso de apenas uma condensadora e pode atender até cinco evaporadoras O consumidor deve se atentar se o ar-condicionado tem tecnologia inverter ou dual inverter, que diminui em até 70% o gasto de energia. Esses aparelhos mais recentes, entretanto, costumam custar mais.

Numa faixa de potência entre 7.500 BTU/h e 12 mil BTU/h, é possível encontrar aparelhos entre R$ 1.300 e R$ 2.500 na Amazon. Há ainda um custo extra com instalação.

AR-CONDICIONADO DE JANELA

É um equipamento de corpo único e de uso residencial de instalação fixa. Tem como funções apenas climatização, sem filtragem de ar. Tem capacidades que variam entre 7.500 BTU/h e 27.000 BTU/h.

Normalmente, é indicado para pequenos ambientes sem espaço para um aparelho split e instalado na parede, com a parte do condensador voltada para o ambiente externo, e o lado do evaporador, para o ambiente interno.

AR-CONDICIONADO PORTÁTIL

São equipamentos de corpo único, preferencialmente de uso residencial. Permitem instalação em diferentes locais conforme a necessidade. São ideais em locais nos quais o condomínio não permite instalação de um ar-condicionado fixo -desrespeitar o estatuto pode acarretar multa.

Apesar de ser móvel, o ar-condicionado portátil necessita da instalação de um tubo para descarga de ar quente, que deve ser direcionado para o ambiente externo. Normalmente, esses equipamentos têm capacidades que variam entre 9.000 BTU/h e 12.000 BTU/h.

Na Amazon, esses aparelhos são encontrados por valores por volta de R$ 3.000. São diferentes de climatizadores -ventiladores que utilizam água gelada ou gelo para refrigerar o ambiente.

POTÊNCIA ADEQUADA

Além do modelo adequado, é preciso buscar a potência correta para cada ambiente. Para um quarto pequeno, de 9 metros quadrados, por exemplo, um aparelho de 7.000 a 7.500 BTUs (unidade térmica de referência nos aparelhos) basta.

Também é preciso considerar o número de indivíduos que ocupam o ambiente. A Abrava recomenda usar como base a medida de 600 BTUs por metro quadrado. Quando o ambiente tem mais de duas pessoas, devem ser somados 600 BTUs para cada pessoa adicional. Se o ambiente tem exposição ao sol, mais 800.

Após a conta, o consumidor deve escolher o aparelho de potência imediatamente superior, de acordo com o diretor da Abrava, Toríbio Rolon. A entidade indica a consulta de um profissional para escolhas mais precisas.

Esses valores usam como referência a norma do Ministério do Trabalho, para conforto térmico, que consideram um cômodo com temperatura entre 20 e 23º C.

Comprar um aparelho com a potência correta também economiza energia, já que essa medida está diretamente ligada ao consumo. Outra dica é olhar o nível de consumo do aparelho na etiqueta. Mais do que a marca, importa consultar as informações de divulgação obrigatória pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).

MANUTENÇÃO

Para evitar desgaste precoce, é necessário manter manutenção e limpeza em dia. O dono do aparelho deve limpar ou trocar o filtro a cada três meses (período máximo) e procurar profissionais especializados anualmente.

A norma brasileira de instalação de sistemas residenciais de ar-condicionado estabelece requisitos. É necessário, por exemplo, ter instalação elétrica adequada para a potência do aparelho para evitar panes.

Redação / Folhapress

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