SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O judoca Rafael Silva, o Baby, passou as últimas duas décadas sobre os tatames e, agora com 36 anos, espera que a saideira seja com uma medalha no peito nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, os últimos da carreira dele.
A CORRIDA PELA VAGA OLÍMPICA
Mais velho entre os atletas, Baby vive a “pressão” por uma despedida com chave de ouro. Após conquistar duas medalhas no Pan de Santiago (prata na equipe mista e bronze no individual) e o bronze no Mundial, o judoca tem como primeira missão se classificar para as Olimpíadas, e ele já está pensando no chaveamento.
“A intenção é estar entre os oito melhores do mundo para ter um chaveamento melhor e chegar inteiro lá [em Paris], de uma maneira equilibrada e conseguir estar com o corpo em dia para poder chegar naquele dia exato da luta e poder desempenhar bem”, falou ao UOL durante evento do seu clube, o Pinheiros.
Neste momento, Baby é o 21º colocado do ranking olímpico na categoria acima de 100kg. Todas as vagas são definidas via ranking. Vão para Paris os 17 primeiros de cada categoria levando em conta o limite de um atleta por país em cada divisão além de representantes do país sede. As demais vagas são por continente, apenas para esportistas fora dos 18 primeiros do ranking.
Enquanto luta por uma vaga em Paris, Baby quer aproveitar seu “momento mágico” e, quem sabe, buscar a terceira medalha olímpica. Ele foi bronze em Londres-2012 e na Rio-2016, já nos Jogos de Tóquio-2020, ele, que estava vindo de lesão, acabou derrotado pela lenda Teddy Riner na repescagem.
Pô, tomara [que dê para pensar numa medalha de ouro], mas só quero ter um bom desempenho. Tendo um bom desempenho, a medalha vem.
E COMO É A PROGRAMAÇÃO?
Uma vez com a vaga em Paris, o objetivo é estar no melhor momento justamente no dia 2 de agosto de 2024 dia programado para a disputa da categoria +100kg. E Baby já tem a receita:
“Programo em estar bem fisicamente, com a cabeça no lugar, bem focado, bem tranquilo e aí executar lá o que eu venho treinando. Esse é o maior desafio, você conseguir desempenhar o que você vem treinando dentro da Olimpíada”, contou.
Nos dias que antecedem a competição, o judoca prefere os filmes e tenta se “blindar” do clima de fora da Vila Olímpica.
“Os dias são de muito foco e concentração. Eu gosto de ver filmes, ficar bem de boa, para poder descansar e blindar um pouco do cenário fora da competição. É bom ter esse momento introspectivo”.
CAROLINA ALBERTI / Folhapress