Vereador de Planaltina (GO) acusa colega de racismo em sessão da Câmara

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O vereador Carlos Lopes Ribeiro, conhecido como Carlim Imperador (Pros), acusa seu colega Professor Lincon Albuquerque (Cidadania) de ter praticado racismo durante uma discussão em sessão da última segunda (13) na Câmara Municipal de Planaltina (GO).

No debate sobre um projeto para implantar um fundo de captação de recursos para liberar os jogos virtuais no município -de autoria de Albuquerque e que acabou aprovado-, os dois vereadores se envolveram em um bate-boca acalorado. Albuquerque então fez sinais com a mão de que o colega falava muito e, na sequência, fez sons semelhantes aos de um macaco, segundo Carlim.

A discussão parou por ali. No dia seguinte, contudo, Carlim, que votou contra o projeto, postou nas redes sociais um vídeo com o título “Diga não ao racismo!” e disse estar “profundamente constrangido e ofendido” com o episódio.

“Eu fui bastante hostilizado na Câmara Municipal por um professor, colega vereador, que fez o som de um macaco para mim, fazendo o gesto com a mão e gritando o som do macaco”, disse. “Na hora eu fiquei altamente envergonhado, constrangido, e não falei nada. Mas eu não paro de pensar nisso porque novembro é o mês em que se comemora o Dia da Consciência Negra. Nós temos que conscientizar a população”, afirmou Carlim.

Albuquerque também usou as redes para se defender. Negou que tenha praticado racismo e disse ser “pardo, filho de pai negro” -nas eleições de 2022,o vereador se autodeclarou pardo ao registrar sua candidatura.

Disse ainda ter feito um “som aleatório, que nada tinha a ver com um macaco”, com a intenção de mostrar que o vereador estava falando muito.

“Foi um som aleatório, que nada tinha a ver com um macaco. As pessoas estão fazendo essa analogia por livre e espontânea vontade. Eu não tive essa intenção. Prova disso é que o vereador estava na minha frente e não se manifestou no momento [dizendo] que eu estava sendo racista. Porque eu não fui. Nem ele, nem o presidente da Casa, nem nenhum outro vereador. Se eu tivesse sido racista, a Câmara teria sido enérgica comigo, porque isso é inaceitável”, afirmou.

“Meu pai se chamava Manoel Preto. Então, como é que eu posso ser racista?”, acrescentou.

Em carta aberta publicada nesta quarta (15) no Instagram, Albuquerque reafirmou não ter sido racista e se colocou à disposição para cooperar com qualquer investigação sobre o episódio.

“Peço à comunidade que aguarde o resultado das investigações antes de tirarem conclusões definitivas. Acredito na Justiça e confio que, por meio de um processo imparcial, a verdade será devidamente estabelecida.”

Redação / Folhapress

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