Fatiar reforma tributária é deixar a coisa pela metade, diz Wagner

Diego Amorim
Diego Amorim
Diretor-executivo da Novabrasil FM na capital federal. Jornalista entre os 10 mais premiados da história de Brasília. Autor de ‘Filho de pandemia’.

Em entrevista à Novabrasil FM nesta sexta-feira (17), o senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, disse, em tom de torcida, não acreditar em fatiamento da reforma tributária, como já ventilou o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL).

“Não vejo fatiamento de reforma tributária, porque acaba ficando uma coisa pela metade”, acrescentou, evitando fazer críticas diretas a Lira.

Wagner afirmou que todas as mudanças feitas no Senado foram negociadas com a equipe do Ministério da Fazenda, que também acompanhará de perto a continuidade da tramitação na Câmara.

“Se mudar [o texto na Câmara], volta [para o Senado]. Agora, evidentemente que a palavra final não é minha, é da Câmara dos Deputados. Cada dia com a sua agonia.”

O líder criticou integrantes da oposição que votaram contra a reforma para “tentar derrotar” o governo. “Isso não cabe nesse tipo de matéria, não é postura madura”.

Wagner se disse “otimista” com a promulgação da reforma ainda em 2023, apesar do cronograma apertado.

“Eu sei que está apertado, mas eu conheço a Casa [o Congresso]: as pessoas vão esticando, esticando, mas chega uma hora em que tem que entregar. É igual Imposto de Renda.”

No entender do senador, a pendência nas indicações para vagas na Procuradoria-Geral da República e para o Supremo Tribunal Federal por parte do presidente Lula, e que precisam do aval do Senado, não tem poder de influenciar a votação da matérias econômicas. “Ocupa espaço de tempo, mas isso não tem o condão de melhorar ou estragar [a tramitação da pauta econômica]”.

Jaques Wagner ainda comentou a relação do Executivo com o Parlamento dizendo que brigas são “naturais” e que emendas e cargos são “a vida da gente”.

“Tem as brigas naturais, puxa daqui, estica dali, emenda, cargo… Bom, isso é a vida da gente em democracia de composição. Presidencialismo de composição é isso mesmo. São sete, são oito, são dez partidos… E aí fica o puxa e estica, que é histórico. Esse [papel] a gente vai fazendo: o ministro Padilha [Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais] está aí, estou eu trabalhando, o Guimarães [deputado José Guimarães] na Câmara, o Randolfe [senador Randolfe Rodrigues] no Congresso e temos também uma retaguarda muito forte, que é o presidente Lula”.

Assista à íntegra da coluna Conexão Brasília que foi ao ar em 17 de novembro no Nova Manhã, para os ouvintes da Novabrasil FM em todo o país (a coluna vai ao ar às 7h, de segunda a sexta).

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