SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma loja de eletrônicos na rua do Triunfo, na Santa Ifigênia, no centro de São Paulo, nas proximidades da cracolândia, foi invadida por seis pessoas na manhã desta segunda-feira (20).
A ação dos criminosos foi frustrada com a chegada de guardas-civis metropolitanos da Iamo (Inspetoria de Ações com Motocicletas).
Conforme a GCM, a equipe patrulhava a região da concentração de dependentes químicos na rua dos Protestantes, a cerca de uma quadra do local do furto, quando se deparou com um comércio aberto e uma movimentação na rua do Triunfo. O fato chamou a atenção dos guardas, por ser uma loja aberta por volta das 7 horas durante o ferido da Consciência Negra na cidade.
Os agentes públicos então viram seis pessoas dentro do estabelecimento, sendo cinco homens e uma mulher.
Segundo o inspetor Paulo Breves, o grupo estava com notebook, caixas de som e alto-falantes. Os objetos estavam sendo colocados em um carrinho de supermercado, que auxiliaria o grupo a se locomover.
Com o bando ainda foram apreendidos dois martelos, que teriam sido utilizados para arrombar a porta da loja.
Os detidos foram levados para o 2° DP (Bom Retiro).
Uma outra ação semelhante na região e também em um feriado ocorreu no início deste mês.
Usuários de drogas saquearam uma loja especializada em conserto e venda de acessórios para celulares localizada na rua Santa Ifigênia.
De acordo com a comerciante Ângela Aparecida Alves de Oliveira, 44, esposa do proprietário da loja Carlos Eletrônicos, o saque ocorreu por volta das 21h do dia 1º.
Do local foram furtados cerca de 20 celulares e um notebook de clientes –os aparelhos estavam para conserto–, além de máquinas utilizadas para o reparo dos produtos. O estabelecimento ficou destruído, segundo Oliveira.
Em abril de 2019, a loja já havia sofrido um saque de usuários da cracolândia. Na época, o prejuízo foi de R$ 50 mil.
“Nós aproveitamos para reformar e ficamos com uma banquinha trabalhando. Só que agora a Santa Ifigênia está morta, não tem mais clientes e nem ninguém. Agora é irrecuperável. O que mais dói é você trabalhar para viver e chegar na delegacia e o delegado mandar o policial falar para você que não pode fazer nada [em referência a 2019]. Dessa vez não vou nem registrar boletim, porque o delegado vai fazer a mesma coisa”, relata Oliveira.
A rua Santa Ifigênia vem enfrentando crises com a perda de clientes em meio a deslocamentos de dependentes químicos pela região central. De acordo com a união dos lojistas, o faturamento do comércio caiu em média 40% desde a dispersão da cracolândia no ano passado.
Ângela Aparecida Alves de Oliveira contou à reportagem que ligou para o 190, e a Polícia Militar compareceu 1h30 depois, mas a viatura não conseguiu chegar perto da loja, porque foi apedrejada e deixou o local.
A assessoria de imprensa da Polícia Militar disse à reportagem que esteve no local, mas não constatou furtos.
PAULO EDUARDO DIAS / Folhapress