Geração de energia própria com sustentabilidade, disponibilidade de 100% para utilização a qualquer hora e redução de até 80% na fatura de energia. Essas vantagens chamaram a atenção de Otávio Camargo, administrador de empresa, que mora em São José dos Campos há mais de 20 anos. Ele instalou placas de geração de energia solar fotovoltaica em julho do ano passado.
“Eu já queria há muito tempo, mas o alto custo fez com que eu adiasse os planos. Quando foi no ano passado o orçamento baixou e decidi investir”, explicou.
Escolher usar energia sustentável em casa ainda não é uma realidade acessível. Só para ter uma ideia, famílias que consomem cerca de R$ 300 por mês em energia elétrica, precisam investir cerca de R$ 10 mil para instalar o sistema de energia solar em casa.
Otávio explica que tudo o que investiu será compensado a partir do quarto ano de produção de energia. “Estou pagando basicamente a tarifa mínima, entre 60 e 80 reais por mês. Não muda a potência dos meus aparelhos em casa. Só sabemos que é energia solar, porque instalamos. Se não fosse por isso, nem percebemos a diferença para a energia elétrica”, comentou.
Mas, a diferença é grande para o meio ambiente. O engenheiro ambiental, Marcel Wada, conta que essa fonte de energia é demasiadamente mais sustentável do que a energia complementar utilizada pela matriz energética brasileira que provem das termoelétricas a carvão. “É considerada uma energia limpa e renovável por não gerar poluentes em seu processo e ser gerada a partir de uma fonte de energia inesgotável: o sol”, esclareceu.
Marcel explica que, com o tempo, o avanço da tecnologia e dos materiais, há um aumento na durabilidade e eficiência dos equipamentos, além de baratear o custo da produção, diminuindo o tempo de retorno de investimento. “Para projetos de interesse social já observamos em alguns casos o sistema de aquecedor solar utilizado nos chuveiros, dando margem para o progresso do sistema de energia solar nos novos projetos de habitação social”, esclareceu sobre a democratização da escolha de energia solar.
O setor de geração de energia solar registrou um crescimento de 60% no ano passado, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Para o engenheiro ambiental, esse aumento representa uma mudança de hábito por conta do isolamento social quando começou a pandemia de Covid-19.
“Com as mudanças de hábitos da sociedade após a pandemia, temos mais pessoas passando mais tempo em casa e com isso consumindo mais energia elétrica em seus domicílios, onde despertou o interesse de muitos consumidores nas energias renováveis” analisou Marcel.
A empresária Juliana Carvalho trabalha no setor de energia fotovoltaica há dois anos. Ela está a frente de uma franquia especializada no desenvolvimento de soluções fotovoltaicas customizadas para áreas comercial e residencial. Juliana conta que se surpreendeu ao perceber o potencial do setor na região de São José dos Campos.
“A receptividade para os projetos na região foi uma grata surpresa. A população já possui consciência ambiental, que é um dos pontos altos da energia solar, já que a geração é considerada limpa, livre de poluentes. Além disso, traz importante economia financeira: temos projetos instalados que chegaram a reduzir até 90% da conta de energia original”, explica a empresária.
Juliana decidiu administrar uma unidade em São José dos Campos no ano passado. “Em 2022, atendemos muitos clientes residenciais, e conquistamos um espaço importante nesse setor. A intenção em 2023 é expandir nossa atuação também para projetos comerciais, pois entendemos que a redução gerada no custo com energia elétrica pode ser convertida em investimentos para o crescimento da própria empresa”, explica a empresária.
Desde o início de 2023, foi aprovada uma nova tarifa a ser incluída em projetos de energia solar, popularmente conhecida como “taxa solar”. Mesmo com a mudança, os projetos podem render uma economia de até 95%, uma redução importante, tendo em vista os recentes aumentos na tarifa de energia.
IPTU Verde
A Prefeitura de São José dos Campos sancionou a Lei Complementar nº 596, de 5 de setembro de 2017, que institui um programa de desconto no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) para donos de imóveis que adotem medidas que estimulem a proteção, preservação e recuperação do meio ambiente.
Batizado como “IPTU Verde”, o programa prevê desconto de até 10% sobre o valor do imposto municipal para quem utilizar soluções ambientalmente sustentáveis nos imóveis residenciais.
Cinco por cento de desconto são destinados para quem implantar sistema que utilize captação de energia solar com sistema fotovoltaico, reduzindo, parcial ou integralmente, o consumo de energia elétrica da residência.
Outros 5% são destinados aos que adotarem os telhados verdes, solução arquitetônica que consiste na aplicação de uma camada vegetal sobre uma laje impermeabilizada ou mesmo um telhado convencional. Os telhados verdes contribuem para o gerenciamento de água da chuva e melhoria térmica do ambiente, além de funcionarem como áreas de lazer nos empreendimentos imobiliários.
O requerimento para concessão da isenção deverá ser protocolado na Prefeitura até o vencimento da primeira parcela do imposto. O proprietário deve justificar o pedido com os documentos comprobatórios da medida adotada no imóvel.
- Percentuais de isenção
– 5%, para os casos de sistema de aproveitamento elétrico solar, com a utilização de captação de energia solar por sistema fotovoltaico, visando reduzir, parcial ou integralmente, o consumo de energia elétrica da residência.
– 5%, para os casos de sistema de telhado verde, visando o gerenciamento de águas pluviais, melhoria térmica e criação de áreas de lazer nos empreendimentos imobiliários.
- Orientações e documentação
O contribuinte pode solicitar a isenção deverá seguir o que dispõe o Decreto nº 17.677, de 28 de dezembro de 2017.
O pedido deverá ser protocolado até o vencimento da primeira parcela do imposto, com toda a documentação prevista no decreto ou outras que se façam necessárias para comprovação do direito do contribuinte.