SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Bolsa brasileira caminhava para mais um dia de alta nesta quinta-feira (23) com apoio das ações do Bradesco, que estavam entre as mais negociadas da sessão e subiam mais de 3% após o anúncio de uma troca de comando da instituição.
Nesta manhã, o banco anunciou que Marcelo Noronha assumirá o cargo de presidente-executivo, substituindo Octávio de Lazari –que, por sua vez, vai ocupar uma cadeira no conselho de administração do Bradesco.
Com o anúncio, as ações do Bradesco operam em forte alta. Às 11h40, os papéis preferenciais do banco subiam 3,17% e eram os mais negociados do pregão, enquanto os ordinários avançavam 2,22%.
A alta do banco garantia um dia positivo para o Ibovespa mesmo com quedas de Petrobras e Vale, as duas maiores empresas do índice, em dia fraco para as commodities no exterior.
As negociações também são afetadas pelo feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, que reduz a liquidez e torna o pregão sem referência de Wall Street.
Já o dólar recuava, afetado justamente pela baixa liquidez da sessão, e também perdia força contra pares fortes no exterior.
Às 11h46, o Ibovespa subia 0,46%, aos 126.619 pontos, enquanto o dólar caía 0,19%, cotado a R$ 4,891.
Na visão da equipe da corretora Commcor, com o feriado de nos EUA reduzindo a liquidez local, investidores também devem continuar monitorando o cenário fiscal brasileiro, após revisões do governo para o déficit desse ano.
“Tal mudança elevou a cautela em relação ao âmbito fiscal, em especial ao cumprimento da meta de déficit zero no ano que vem”, afirmou, acrescentando que um quadro fiscal deteriorado dificulta uma queda mais robusta da Selic no longo prazo.
Apesar da hesitação, o Ibovespa segue para o maior ganho mensal em três anos, com alta de cerca de 11% em novembro até agora, apoiado principalmente no retorno do capital externo com apostas de que acabou o ciclo de alta de juros nos EUA.
De acordo com o sócio e estrategista da Meta Asset, Alexandre Póvoa, o rali do Ibovespa foi puxado principalmente pela divulgação de números de inflação mais benignos e dados de emprego abaixo do esperado nos EUA.
“Isso mudou a dinâmica de aversão a risco, que resultou na entrada de recursos estrangeiros para a bolsa brasileira”, afirmou.
MARCELO AZEVEDO / Folhapress