4ª Jornada da Leitura no Cárcere

Foto: Divulgação

A escritora Patrícia Melo está no painel de abertura desta quinta-feira (23). Censo que analisa a leitura nas prisões e revela que o acesso à essa prática ainda é restrito no país também é destaque na 4ª Jornada da Leitura no Cárcere. Observatório do Livro realiza clubes de leitura em unidades prisionais na região de Ribeirão Preto (SP) há 15 anos.

Com início nesta quarta-feira (22) e 2018 visualizações e término no dia 24 de novembro, exclusivamente pela internet, a 4ª Jornada de Leitura no Cárcere continua a reunir uma mostra dos principais projetos de fomento à leitura no País com redução das penas dos detentos em função do número de livros lidos.

Um dos destaques é o Censo Nacional de Leitura em Prisões que, encomendado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), evidencia o caminho a ser percorrido para a universalização do acesso à educação e aos livros, inclusive reduzir as penas e ajudar a enfrentar o drama da superlotação carcerária.

A pesquisa, que teve a participação de 99,63% das unidades prisionais do País nos 27 estados da federação, aponta que entre 1.347 dessas unidades, 30,4% não têm bibliotecas ou espaços de leitura e 26,3% não possuem qualquer atividade educacional. No estado de São Paulo, os números não são diferentes: das 178 unidades respondentes, 81, ou 45,5%, têm alguma ação de leitura, e 97, não (o que corresponde a 54,5%).

Clube de Leitura no Cárcere – Criado e coordenado pelo Observatório do Livro há 15 anos, o programa já impactou 9.355 pessoas em 48 clubes em presídios e acontece com a participação de mediadores voluntários, treinados pela instituição. Atualmente, são atendidas pelo projeto 120 pessoas privadas de liberdade e os clubes acontecem na Penitenciária de Ribeirão Preto, no Centro de Progressão Penitenciária de Jardinópolis, na Penitenciária de Pontal, no Centro de Ressocialização Feminino de Araraquara, na Penitenciária Feminina de Guariba e na Penitenciária de Araraquara.

O Observatório realiza o projeto sem qualquer tipo de patrocínio por acreditar ser ele fundamental para a ressocialização de indivíduos encarcerados e para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Segundo a instituição, a leitura é um poderoso meio para a promoção de inclusão social e fortalecimento da cidadania. E, acima de tudo, acredita que todos têm direito à educação e à cultura, independentemente de sua condição social ou jurídica.

A Jornada – Gratuito e 100% on-line, o evento de três dias contará, ainda, entre os palestrantes, com juízes, especialistas no tema e egressos do sistema prisional, como o rapper e escritor carioca Sagat B, autor do livro autobiográfico “O bandido que virou artista”. A abertura da jornada, que aconteceu nesta quarta-feira, contou com a participação do secretário de Políticas Penais do Ministério da Justiça, Rafael Velasco e Marcus Rocha, coordenador de Promoção da Leitura do Ministério da Cultura.

A iniciativa da Jornada da Leitura no Cárcere, que tem início às 14h (horário de Brasília) e vai até às 16h30, é do Observatório do Livro, e conta com a parceria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). A transmissão ao vivo é realizada pelo Canal do Galeno no YouTube.

Programação

23 DE NOVEMBRO – QUINTA-FEIRA
14:00 – 15:00 – Porque a leitura nos humaniza
Patrícia Melo – Escritora e autora dos livros “Menos Um” e “Mulheres Empilhadas”
Apresentação: Galeno Amorim, Observatório do Livro
15:00 – 16:00 – Como criar clubes de leitura e fazer os livros circularem
Mayumi Maciel – Gestora de Comunicação do Instituto Aurora – Educação para os Direitos Humanos
Elaine Dal Gobbo – Jornalista, escritora, produtora cultural e organizadora do livro “Um lugar de (e que) fala”, uma reunião de contos de mulheres privadas de liberdade do presídio de Cariacica, Espírito Santo.

Kátia Fialho – Escritora e roteirista, é coordenadora do livro “Um lugar de (e que) fala”, uma reunião de contos de mulheres privadas de liberdade do presídio de Cariacica, Espírito Santo.

Valdete Gomes Ribeiro – Arte-educadora formada pela FAAC-UNESP Bauru, Agente de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo.
16:00 – 16:30 – Sarau Literário

Apresentação de pessoas privadas de liberdade que participam de clubes de leitura

Declaração de Poema – “O Recomeço”, por Antônio Nascimento da Silva, da Unidade Prisional de Balsas, no Maranhão

Declaração de Poema por Ana Carla França Ribeiro da Unidade Prisional Regional Feminina de Orizona (GO)

Declaração de Poema – ‘Amor e Paz”, do Vinícius de Morais por Aline Jenifer Silva Sabino

24 DE NOVEMBRO – SEXTA-FEIRA

14:00 – 15:00 – Os livros no enfrentamento às intolerâncias e aos preconceitos

Sagat B – Rapper, autor do livro “O Bandido que Virou Artista”
João Luiz Silva – Mobilizador Político e cofundador da Associação Eu Sou Eu, articulador Social ONG RIO DE PAZ, membro da Comissão de Direitos Humanos da ALERJ

Apresentação: Galeno Amorim, Observatório do Livro
15:00 – 16:00 – Onde precisamos chegar! (O censo da leitura no sistema prisional)

Christiane Russomano Freire – Professora do Programa de Pós-Graduação em Política Social e Direitos Humanos da Universidade Católica de Pelotas, integrante do GITEP (Grupo Interdisciplinar de Trabalho e Estudos Criminais-Penitenciários – UCPEL-GITEP
Jônatas dos Santos Andrade -CNJ – Juiz Titular da 5ª Vara do Trabalho de Macapá, Amapá e Juiz Auxiliar da Presidência do CNJ desde de 2023. Especialista em Economia do Trabalho e Sindicalismo pela Universidade de Campinas (UNICAMP)
Apresentação: Rodrigo Dias, Senappen
16:00 – 16:30 – Sarau Literário
Apresentação de pessoas privadas de liberdade que participam de clubes de leitura
16:30
Encerramento

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