Justiça Militar condena coronel do Exército a detenção por ofender superiores no 8/1

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Justiça Militar condenou nesta quinta-feira (23) o coronel Adriano Camargo Testoni a um mês e 18 dias de detenção por postagens ofensivas a seus superiores hierárquicos em grupos de conversação em 8 de janeiro, dia dos ataques golpistas às sedes dos três Poderes em Brasília.

Segundo a denúncia, o militar participou da manifestação na Esplanada dos Ministérios promovida por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), “registrou dois vídeos em que ultrajava militares superiores hierárquicos e os compartilhou em dois grupos de aplicativo de mensagens instantâneas (WhatsApp) dos quais os ofendidos figuravam como integrantes”.

Cabe recurso ao STM (Superior Tribunal Militar).

Há nos autos do processo descrição do conteúdo postado por Testoni.

Em uma delas, ele afirmou: “Forças Armadas, filha da puta! Bando de generais, filha da puta! Ridauto, seu filha da puta! Vão tudo tomar no cu, vanguardeiros de merda, filha da puta, covardes! Olha o que está acontecendo com a gente. Generais, filha da puta. Freire Gomes, filha da puta! Alto Comando do caralho! Bando de filha da puta! Olha aqui o povo, a minha esposa, seus filha da puta! Vanguardeiros, filha da puta! Exército é o caralho, esse nosso Exército é um merda!”

E prossegue: “Vão tudo tomar no cu, filha da puta, um bando de filha da puta! Exército, filha da puta! Que vergonha! Que vergonha de vocês militares, companheiros de turma, vão tudo tomar no cu! Pontual, Pinto Sampaio, vão tomar no cu! Tá o povo se fodendo aqui, caralho, bando de filha da puta! Bando de filha da puta, vanguardeiros é o caralho, vanguardeiro do cu! Filha das puta!”

As menções foram aos generais Ridauto Lúcio Fernandes, Marco Antônio Freires Gomes, Carlos Duarte Pontual de Lemos e Cristiano Pinto Sampaio, participantes dos grupos de conversação.

Ao ser questionado sobre as ofensas, Testoni confessou o ato, atribuindo tal conduta em razão da ação repressiva da Polícia Militar contra os manifestantes —o militar estava acompanhado da esposa.

Os oficiais generais ofendidos, quando ouvidos perante a autoridade policial militar, não souberam externar a motivação das ofensas.

CÉZAR FEITOZA / Folhapress

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