Policial que investigava milícias do Rio é morta a tiros na frente de casa

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma policial militar de 31 anos foi morta na porta de sua casa, em Santa Cruz, zona oeste do Rio de Janeiro, durante a noite desta sexta-feira (24).

Vaneza Lobão recebeu tiros de fuzil disparados por criminosos encapuzados em um carro preto, segundo a Delegacia de Homicídios, que assumiu o caso. Ela abria sua garagem para entrar com veículo por volta das 21h30.

Lobão trabalhava desde 2013 em um setor dedicado a investigar policiais contraventores envolvidos com a milícia. Ela atuava na 8ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar, subordinada à corregedoria da corporação.

Em vídeo publicado no X, ex-Twitter, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou haver indícios da participação de “milicianos que ela investigava” no homicídio e ter determinado que a resposta da segurança pública aos infratores seja rápida e dura.

Na mesma rede social, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, lamentou o crime e afirmou ter instruído a Polícia Federal a auxiliar na apuração do ocorrido.

Foram realizadas diligências em Santa Cruz para tentar localizar os suspeitos na madrugada deste sábado (25). Na ação, policiais prenderam um miliciano, encontrado com uma arma. Os agentes dizem, porém, não ser possível confirmar se o homem participou do homicídio.

A região onde ocorreu o crime está na zona de influência de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho. Ele é apontado como líder da maior milícia do Rio, comandada por sua família há mais de uma década.

É atribuída a ele a ordem para os ataques que incendiaram 35 ônibus e um trem na zona oeste carioca em 23 de outubro deste ano, após a morte do sobrinho, Matheus Rezende, o Faustão, em uma ação policial.

PRÓXIMOS PASSOS DA INVESTIGAÇÃO

Agentes buscam agora imagens de câmeras de segurança e possíveis testemunhas a fim de esclarecer a motivação e a autoria do crime. Novas operações em Santa Cruz devem ocorrer ainda neste fim de semana, tendo como principal alvo o carro utilizado no crime.

O Disque Denúncia divulgou um cartaz para colaborar no inquérito. São oferecidos R$ 5.000 por informações que ajudem a identificar os atiradores.

Com o assassinato de Lobão, sobe para 52 o número de agentes de segurança mortos em ações violentas no estado do Rio de Janeiro em 2023. Foram 46 membros da Polícia Militar, três da Polícia Penal, um da Polícia Civil, um do Corpo de Bombeiros e um da Guarda Municipal.

BRUNO LUCCA / Folhapress

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