Tarcísio volta a negar catraca livre e reforça segurança do metrô com 4.000 PMs

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Na tarde desta segunda-feira (27), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) voltou a negar a catraca livre durante a greve prevista por sindicatos do Metrô, CPTM e Sabesp nesta terça.

“Se acontecer um acidente, nós vamos ter falhado”, disse o governador durante entrevista a jornalistas no Palácio dos Bandeirantes.

Tarcísio reafirmou que as paralisações não vão fazer com que o governo mude os projetos de privatização e que, diferente da Sabesp, o plano de privatizar Metrô e CPTM são iniciais e devem acontecer apenas em 2025.

“Será mais um dia de caos na cidade”, disse o governador. Ele afirmou também que o motivo da greve é político e que quem sofre as consequências é a população, que vai ser prejudicada com a limitação de transporte público.

Apesar dos 200 ônibus extras que serão colocados em circulação, Tarcísio afirma que a medida não é o suficiente para mitigar os estragos da greve.

“A questão das privatizações, das concessões, da participação do capital privado era algo que estava presente na nossa campanha e é uma ferramenta de indução de investimento”, diz o governador.

A Justiça do Trabalho determinou que funcionários do Metrô trabalhem com 80% da capacidade total nos horários de pico desta terça e a CPTM deve trabalhar com 85% da capacidade -no caso de descumprimento, a multa é de R$ 700 mil e R$ 600 mil, respectivamente.

Tarcísio afirmou que deveria ser prevista uma punição individual para quem participar da greve e não cumprir as determinações da Justiça. “Sindicatos se dão ao direito de desrespeitar as decisões do judiciário. Para eles, a decisão não vale nada. O judiciário multa, o sindicato não paga porque não tem dinheiro. E fica por isso.”

Para evitar que isso se repita, o governador afirma que os servidores que não cumprirem as decisões devem ser penalizados individualmente. O governador afirma que ainda não está determinado qual será a punição.

À frente do governo de São Paulo, Tarcísio afirmou ainda que 4.000 policiais militares serão deslocados para garantir a segurança nas estações de metrô e trens. “São policiais que vão sair do policiamento ostensivo para fazer monitoramento de linha”, afirmou ele.

O objetivo é evitar novas sabotagens, como a que ocorreu durante a paralisação do dia 3 de outubro. Segundo o governo, a Polícia Civil apontou que a paralisação dos trens da linha esmeralda ocorreu devido a sabotagem em diferentes pontos da linha.

O governo afirma que foi realizada uma investigação 27º Distrito Policial (Campo Belo). Testemunhas relataram terem encontrado objetos que foram arremessados tanto na rede aérea de energia do sistema quanto na linha férrea.

Além disso, foram identificados sinais de vandalismo em uma máquina de chaveamento de via e a fiação do equipamento foi completamente arrancada, impedindo o restabelecimento do sistema.

O inquérito agora será concluído e relatado para análise do Ministério Público e Poder Judiciário.

PRIVATIZAÇÃO DO METRÔ E CPTM

Tarcísio afirma que o plano de privatização do metrô e CPTM ainda está em estágio inicial e que deve ser avaliado ao longo dos anos, com previsão de leilão para 2025.

Nesta segunda, uma reportagem publicada pelo UOL apontou que linhas privadas de metrô ganham mais dinheiro do que as públicas, mas transportam menos usuários. O governador de São Paulo disse que o sistema carece de transparência.

“Toda vez que você se depara com determinado modelo, a gente tem que ver o que não funciona nesse modelo para aprimorar nos próximos. A gente quer aperfeiçoar inclusive a transparência desse sistema de bilhetagem. Falta informação, clareza e entendemos que isso tem que ser absolutamente transparente.”

Hoje, o governo de São Paulo subsidia a diferença entre a tarifa recolhida e a tarifa necessária para as empresas. Tarcísio diz que este ano foram repassados quase R$ 1,5 bilhões para os serviços de metrô e trem metropolitano em função desse descompasso. “A partir do momento que a gente vai mantendo a tarifa congelada, esse valor de subsídio vai aumentando.”

ISABELLA MENON / Folhapress

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