SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) voltou a lamentar a greve, reiterou que a paralisação tem cunho político e disse que não vai tolerar o desrespeito à determinação judicial que estabelecia funcionamento parcial do sistema de transporte sobre trilhos, em pronunciamento na manhã desta terça-feira (2).
“Não podemos tolerar desrespeito, indisciplina”, disse o governador. Ele ainda afirmou que a falta de cumprimento do que a Justiça determinou precisa ser punida.
“É uma greve política, não tem pauta e não tem reivindicação salarial”, disse.
O governador afirma que as promessas durante a campanha têm sido cumpridas, como aumento do salário mínimo e congelamento da tarifa para transportes públicos.
“Não adianta fazer greve contra privatização. Vamos continuar tocando. Privatização da Sabesp vai acontecer ano que vem”, diz.
“Tem uma turma que não quer o debate. Quer desgastar o debate e que querem atingir o governo, mas atingem em cheio o cidadão.”
A paralisação reúne diferentes pautas, contra privatização e cortes do orçamento, e conta com trabalhadores do Metrô, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), da Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado), professores da rede pública e de servidores da Fundação Casa.
Em meio à greve, os trens da CPTM são operados por maquinistas ou supervisores que não aderiram à paralisação. Já no metrô, a condução está a cargo dos supervisores de tráfego, segundo a companhia.
Na segunda-feira (27), a Justiça do Trabalho determinou que funcionários do Metrô trabalhem com 80% da capacidade total nos horários de pico desta terça. Já a CPTM deve trabalhar com 85% da capacidade total no mesmo período.
A paralisação de metroviários e ferroviários deve ocorrer da meia-noite às 23h59. A decisão foi ratificada após ausência de acordo na reunião entre sindicalistas e secretários da gestão Tarcísio, realizada nesta segunda (27) na sede da Secretaria de Parcerias em Investimentos.
Esta será a terceira greve envolvendo metroviários neste ano. Em outubro, um protesto realizado pela categoria também tinha a concessão de serviços à iniciativa privada como alvo.
ISABELLA MENON / Folhapress