Marina Silva diz que ‘em hipótese nenhuma’ tratou de Braskem com Emirados Árabes

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva afirma que não tratou sobre a venda da empresa petroquímica brasileira Braskem com representantes do governo dos Emirados Árabes Unidos, que, segundo documentos vazados, tinha a intenção de abordar o tema com o Brasil em reuniões relacionadas à COP28 (conferência do clima da ONU).

“Em hipótese nenhuma”, respondeu Marina, questionada pela Folha de S.Paulo sobre o tema.

“Não tenho controle dos assuntos que as pessoas dizem que vão tratar [comigo], mas comigo não foi tratado. E se porventura tivesse, teria sido com a pessoa errada, por que o que tenho eu a ver com a Braskem?”, questionou.

Reportagem da BBC publicada nesta segunda-feira (27) mostrou o planejamento dos Emirados Árabes, a partir de documentos obtidos pela empresa de mídia britânica, para fechar acordos com 15 nações, inclusive o Brasil, durante encontros prévios ligados à cúpula climática.

“Gostaria muito que a mídia brasileira tratasse isso com essa estranheza”, prosseguiu. “O que posso dizer é que o assunto não foi tratado e não seria comigo a pessoa certa a ser tratado”, completou.

Segundo o material obtido pela BBC, o país-sede da COP28 teria a intenção de solicitar a Marina Silva uma ajuda visando “garantir o alinhamento e o endosso” em relação a uma oferta da Adnoc (a empresa petrolífera estatal dos Emirados) para a compra de parte da maior empresa petroquímica da América Latina, a Braskem.

No início deste mês, a Adnoc de fato fez uma oferta de US$ 2,1 bilhões (R$ 10,3 bilhões) para adquirir uma participação importante na Braskem.

Os documentos foram obtidos por jornalistas independentes da organização sem fins lucrativos Center for Climate Reporting, que trabalham em conjunto com a BBC, e foram preparados pela equipe do país justamente para a cúpula climática.

Segundo a reportagem, eles serviriam como planejamento para reuniões com pelo menos 27 governos estrangeiros marcadas para ocorrer antes da COP28, que começa nesta quinta-feira (30) em Dubai. Esses documentos incluem “pontos de discussão” e propostas.

JOÃO GABRIEL / Folhapress

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