SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A juíza Kismara Brustolin, que gritou com uma testemunha durante uma audiência em Santa Catarina, pediu afastamento por saúde ao Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região.
O atestado de licença é válido por 15 dias e foi apresentado nesta quarta-feira (29) para afastamento de todas as atividades. Agora, uma perícia médica será realizada para validar o pedido.
Kismara foi afastada de audiências pelo Tribunal na terça-feira (28), após o ocorrido na videoconferência em que se exaltou e ofendeu uma testemunha. No entanto, ela estava autorizada a emitir sentenças e despachos que estivessem pendentes.
A juíza possui um histórico de problemas relacionados à saúde mental. “Ela vinha tirando licenças para tratamento de saúde nos últimos anos, passou por um período de readaptação ao trabalho, mas depois de alguns meses, a nova avaliação médica considerou que ela estava apta a voltar”, contou o TRT ao UOL.
O Tribunal ainda disse que ela está em tratamento constante e o comportamento da testemunha foi um gatilho durante a audiência. A juíza preferiu não se pronunciar.
RELEMBRE O CASO
Em audiência no dia 14 de novembro, a juíza chamou a atenção de uma testemunha. Ela exigiu que o homem a chamasse de “excelência”. O depoente, chamado de Leandro, pede desculpa e diz que “não é obrigado a isso”, enquanto a juíza grita.
Kismara diz que, caso ele não se refira a ela da maneira que ela deseja, o depoimento será “totalmente desconsiderado”. Leandro continua realizando seu depoimento, mas a juíza grita para que ele pare e o chama de “bocudo”. Os moderadores da sala o retiraram da sala.
A magistrada afirma que a testemunha “faltou com a educação” e que, por isso, seu depoimento estava desconsiderado. “Não cumpriu com a urbanidade e a educação”, disse a juíza.
LUANA TAKAHASHI E THIAGO BOMFIM / Folhapress