Crianças ‘invadem’ espaço na feira de cultura pop na ‘CCXP 23’

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Circular pelos corredores da CCXP 23 pode ser um verdadeiro teste de sobrevivência. O brasileiro, teoricamente o melhor fã do mundo, coloca o cansaço para fora de jogo a fim de garantir um espaço em algumas das diversas atrações do evento.

A feira de cultura pop começou na última quinta-feira (30) e vai até domingo (3), no São Paulo Expo, zona sul da capital paulista, e comemora 10 edições por aqui. Caso você esteja circulando pelo espaço e decidindo por qual caminho seguir, se vai no estande da globoplay ou da Netflix, pode ser que esbarre em uma fila quase sem fim ou em um carrinho de bebê.

Este, aliás, foi um objeto muito visto neste ano. A presença dos pequenos parece aumentar a cada edição. Durante a tarde deste sábado (2), foram muitos os casais vistos acompanhados dos filhos nos colos ou em carrinhos.

A desenvolvedora de sites Juliana Neves, 37, acordou cedo e saiu de Campinas, interior de São Paulo, para chegar ao evento junto de sua filha Marina, de quatro anos. “Eu e o pai dela amamos [heróis e séries] e fazemos ela gostar também. Hoje mesmo ela encontrou uma Mulher Maravilha e chorou, pediu para tirar foto”, diz ela em conversa com o F5.

A edição de 2023 é uma das muitas das quais Juliana participou. Só não compareceu nos anos de pandemia. A estratégia para não perder a filha é usar uma espécie de pulseira que liga, por meio de uma mola plástica, seu braço e o de Marina.

“Nesses eventos não podemos nos distrair, ainda mais que criança vê qualquer coisa, se empolga e sai correndo”, diz. Juliana está grávida de cinco meses e responde, sem hesitação, que em 2024 pretende ir com a primogênita e a mais nova.

Na praça de alimentação, era uma avó que cuidava do neto para a mãe aproveitar. Marilene Borges, 47, afirma que a filha é muito fã dos filmes de Harry Potter e veio a CCXP pela primeira vez junto com o filho, Ian, de três anos.

“Vim para acompanhá-la, eu não conheço nada. Ele ficou super feliz, agora está cansado”, disse sobre a criança que cochilava em seu colo.

Enquanto a repórter tentava se dirigir para o estande da Turma da Mônica (afinal, que brasileiro não cresceu lendo as revistinhas da turma do bairro do Limoeiro?), uma longa fila e uma muvuca foram vistas.

“É para pegar um bottom da saga de Star Wars. Acho que estou na fila por quase 50 minutos”, explica a jovem Marina Rodrigues, que participa pela segunda vez do evento de cultura pop. “Mas não é nada se comparado à quinta, que fiquei duas horas no estande da Fanta. Queria um bottom e era necessário responder um quizz, super rapidinho, dois minutos, mas demorou muito. Tinha muita gente.”

Outra loja em que fãs não se incomodaram em ficar na fila era a Disney, que vendia bichos de pelúcia de diversos personagens. Katia Bunduky, uma das vendedoras, conta que o que mais saiu foi Stitch, a fofura azul do filme “Lilo & Stitch” (2002).

Em determinado momento, uma jovem interrompe a conversa e pergunta “moça, vocês parcelam? Quero comprar tudo, mas estou com medo do estrago”, disse, aos risos. Ao saber que as compras acima de R$ 200 reais podem ser divididas em até dez vezes, ela comenta: “não faz isso comigo, vou me endividar.”

MARIA PAULA GIACOMELLI / Folhapress

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