SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), afirmou haver diminuição na velocidade do afundamento na região da mina 18 da Braskem, no bairro do Mutange, zona leste da capital alagoana.
“Nós chegamos a 5 centímetros de afundamento [por hora], agora estamos em 0,25. Ou seja, é o menor patamar desde o dia 28 [quando foi iniciado monitoramento após novos abalos sísmicos]”, disse Caldas durante pronunciamento nesta segunda-feira (4) em Brasília, onde se reúne com ministros e políticos. No sábado, o ritmo já havia caído para 0,7 cm/h.
Para a Defesa Civil de Maceió, apesar da diminuição, a área segue em risco iminente de colapso. A Defesa Civil de Alagoas já avalia haver estabilidade. Ao todo, o solo da mina afundou 1,69 m desde o início do monitoramento até este domingo (3).
O ministro do Turismo, Celso Sabino, também se pronunciou sobre o caso nesta segunda. Ele disse que o desastre ambiental em Maceió não afetou nenhum ponto turístico. Por isso, os turistas “devem manter suas programações”.
“Não há nenhum aparelho turístico na cidade que está sendo influenciado pelos afundamentos. A avenida Litorânea, as praias da cidade, o aeroporto da cidade, os hotéis que ficam ali nos principais atrativos turísticos da cidade de Maceió, nenhum deles tem sofrido qualquer consequência dos afundamentos”, declarou Sabino.
O sinal de alerta sobre a situação nos arredores da mina foi aceso na última quarta-feira (29), quando Defesa Civil de Maceió divulgou haver risco iminente de colapso na região.
A população que mora próximo à área atingida foi orientada a deixar o local e procurar abrigo, e a prefeitura decretou estado de emergência por 180 dias.
Os primeiros relatos sobre os danos no solo em Mutange surgiram em meio de tremores de terra no dia 3 de março de 2018. Na ocasião, o abalo fez ceder trechos de asfalto e causou rachaduras no piso e paredes de imóveis, atingindo cerca de 14,5 mil casas, apartamentos e estabelecimentos comerciais. Outros bairros, como Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto e Farol também foram atingidos.
Em 2019, o Serviço Geológico do Brasil, órgão ligado ao Ministério das Minas e Energia, concluiu que as atividades de mineração da Braskem em uma área de falha geológica causaram o problema.
Na época, a mineradora tinha em área urbana 35 poços de extração de sal-gema, material usado para produzir PVC e soda cáustica. Os poços estavam pressurizados e vedados, porém a instabilidade das crateras causou danos ao solo, que foram visíveis na superfície.
A exploração do minério começou em 1979 e se manteve até maio de 2019, quando foi suspensa pela Braskem um dia após a divulgação do laudo pelo Serviço Geológico.
Redação / Folhapress