Equipes da PRF e da Funai sofrem emboscada, e servidor é baleado em terra indígena no Pará

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Equipes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) que atuam na retirada de invasores da Terra Indígena Apyterewa, no Pará, foram alvo de tiros nesta segunda-feira (4), de acordo com a Secretaria de Comunicação do governo federal.

Um agente da Funai foi atingido por um tiro no tornozelo. Ele passou por avaliação médica e será levado em aeronave da PRF para Marabá, onde passará por cirurgia para remover a bala alojada.

As equipes foram alvo de emboscadas em em três pontos distintos no retorno do ramal Vitória, na terra indígena. Os tiros atingiram também duas viaturas. Com pneus furados, uma equipe da Funai precisou se esconder na mata até a chegada do resgate.

Por volta das 19h40, a equipe de resgate conseguiu localizar todos os integrantes das equipes, que retornaram em segurança para a base, ainda segundo o governo.

A Secretaria de Comunicação afirma que os ataques não foram casos isolados, já que as equipes têm enfrentado emboscadas e sabotagens recorrentes por parte dos invasores da terra indígena. Em novembro, uma equipe da Funai e do Ministério do Trabalho já havia sido vítima de disparos, que não feriram ninguém.

Na noite do dia 31 de outubro, véspera do prazo final para desocupação voluntária do território, uma placa recém-instalada que identificava a Terra Indígena Apyterewa foi alvejada por tiros e depois removida em uma clara tentativa de intimidação durante o processo de desintrusão, diz o governo.

“Desde o início de novembro, os invasores têm empregado técnicas de sabotagem, incluindo destruição de mais de 20 pontes no interior e proximidade das terras indígenas, derrubada de árvores nas estradas e utilização de pregos para danificar viaturas, intensificando o risco de acidentes”, diz a nota do governo.

Balanço da operação mostra que já foram realizadas 681 vistorias a áreas irregulares, ocasião em que foi constatada a desocupação de 524 estruturas. Dessas, 217 já foram inutilizadas, em cumprimento a determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) e da Justiça Federal, que ordenaram a destruição de estruturas irregulares na terra indígena.

Quanto às famílias, o governo afirma que o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) está realizando cadastro para avaliação quanto à inclusão em programas sociais e assentamentos.

FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress

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