Lagoa avança sobre área de mina da Braskem em Maceió

MACEIÓ, AL (FOLHAPRESS) – A lagoa Mundaú está avançando sobre a área próxima à mina 18, da Braskem, que é monitorada por conta do risco de colapso em Maceió.

A Defesa Civil da capital alagoana afirma que já houve um afundamento de 1,99 m do solo, com velocidade de 0,25 centímetros por hora. O movimento total foi de 6 centímetros nas últimas 24 horas, de acordo com o último boletim do órgão.

“Com a subsidência [afundamento] que temos, seria inevitável que em algum momento a lagoa pudesse avançar. Então, de fato, a lagoa está avançando sobre o ateio ali da região. E, quando a gente fala no sentido do peso a mais, o solo configura um peso. Se você acrescenta água, então já aumenta o peso. Quando a água tem contato com o solo, então a carga é maior. Então, de fato, ele poderia potencializar o evento”, disse o coordenador da Defesa Civil de Maceió, Hugo Carvalho.

Imagens divulgadas pelo órgão municipal nesta quinta-feira (7) mostram um aumento no número de fissuras no solo, além do quanto a lagoa já avançou numa área anteriormente seca. A Braskem não se manifestou nesta quinta.

De acordo com Carvalho, embora a velocidade apresente uma certa constância nos últimos dias, o número ainda preocupa, já que a subsidência anual dessas cavidades era medida em milímetros nos anos anteriores. Não houve sismos (tremores) nas últimas horas.

“Vimos alguns relatos de que pessoas teriam sentido tremores na cidade, mas nossos sensores não detectaram isso. É uma informação que não procede. Não houve nenhum evento sismológico”, disse ele.

A Defesa Civil de Maceió mantém o nível de alerta por conta de colapso. Inicialmente, o órgão estava em “alerta máximo”. A recomendação de que pessoas não transitem na área eliminada se mantém.

São 24 horas de monitoramento, em tempo real, com vários equipamentos para tentar prevenir os moradores de Maceió de uma tragédia diante do risco de colapso. A força-tarefa coordenada pela Defesa Civil para verificar a movimentação do subsolo se apoia na captação de 26 sensores dos sismos (tremores), entres outros aparelhos, e uso de satélite.

TREMORES FORAM NOTADOS HÁ UM MÊS

De acordo com Carvalho, os primeiros sinais de problemas surgiram no dia 6 de novembro, com sismos de magnitude 1,15.

Esta primeira fase durou até o dia 11, com atividade semelhante. Depois, o período até o dia 20 foi de normalidade e, na sequência, os tremores voltaram, mas em baixa magnitude. A partir dali, os equipamentos passaram a mostrar o afundamento do solo.

No dia 27, dois tremores consideráveis foram notados pelos equipamentos: à 1h40 e às 15h43. No dia 29, a movimentação continuou e chegou ao seu ápice, com um afundamento de 5 cm/h às 23h53.

Na última terça (5), a Defesa Civil Municipal mudou a situação de “alerta máximo” para nível de “alerta”, com monitoramento contínuo.

JOSUÉ SEIXAS / Folhapress

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