SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As tarifas na Sabesp vão subir, independentemente da privatização, mas a venda da empresa seria uma garantia de um aumento menor, afirmou o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), nesta segunda-feira (11) em evento da XP. “A tarifa vai subir, mas privatização garante que ela vai subir num valor menor.”
De acordo com o governador, o estado de São Paulo vai continuar sendo um acionista relevante da companhia, apesar de não ter mais o controle acionário, e terá um papel importante na governança da companhia.
“As dúvidas estão sendo equacionadas e em breve vamos divulgar o novo modelo regulatório. Estudamos o que deu errado e o que deu certo para incorporar no nosso modelo”, afirmou Tarcísio.
Com relação à adesão dos municípios paulistas a novos contratos com a Sabesp privatizada, Tarcísio não se diz preocupado. Na capital, o contrato será automaticamente extinto, mas, segundo ele, um novo acordo já está sendo desenhado.
“A discussão está evoluindo bem, já fizemos apresentações para vereadores. A tratativa com a equipe técnica da prefeitura está muito azeitada. Vamos ter zero dificuldade com a capital. Vai passar”, afirmou Tarcísio.
Para o governador, a Sabesp foi só o início das privatizações e concessões. A próxima venda do governo paulista será a Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), em 2024. Ainda no próximo ano, ele planeja fazer o leilão para o Trem Intercidades, em 19 de fevereiro.
Em seguida, entram em licitação as rodovias do Lote Litoral, Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga, dois lotes da via oeste, e as linhas 10, 11, 12, 13 e a futura 14 da CPTM. Entre julho e agosto, será a vez do leilão do túnel de Santos-Guarujá. “Serão mais de R$ 200 bilhões para o estado de São Paulo”, diz o governador.
Ainda estão nos planos PPP (parceria público-privada) para administrar a Fundação Casa (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente), e para a construção de escolas estaduais.
Além do aumento na arrecadação, Tarcísio planeja cortar 4.600 cargos. “Sabemos que podemos fazer mais. Precisamos discutir o papel da digitalização. Se não cortarem gastos, estados vão morrer. Não temos alternativa. Vamos cortar.”
O governador criticou o atual desenho da Reforma Tributária, que abre brechas para incentivos fiscais em outros estados.
“Se formos fazer Reforma Tributária, tem que ser para valer, sem puxadinho. Sabemos que o melhor texto é o possível, mas se exagerou na dose. Já não basta todo o incentivo que a Zona Franca de Manaus tem?”, questionou.
JÚLIA MOURA / Folhapress