Milei suspende propaganda oficial e corta 34% dos cargos públicos

BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – O novo presidente Javier Milei vai suspender a propaganda oficial em meios de comunicação da Argentina por um ano, seguindo o que prometeu durante sua campanha. O anúncio foi feito pelo porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, em entrevista coletiva nesta terça (12), que agora serão diárias.

Ele anunciou ainda que a redução de cargos federais será de 34%, mas ainda não soube precisar quanto será economizado, já que os contratos e nomeações acabam de começar a ser revisados. A conta se refere ao corte de 18 para 9 ministérios, de 106 para 54 secretarias e de 182 para 140 subsecretarias.

“O objetivo é fazer o impossível no curtíssimo prazo para evitar a catástrofe”, justificou ele, dizendo que os funcionários que não queiram fornecer informações sofrerão as “sanções correspondentes”. A intenção é também verificar eventuais “contratações irregulares” feitas no último ano pela gestão de Alberto Fernández.

Nesta segunda (11), o porta-voz já havia informado que se começará a exigir 100% de presença desses empregados e que “o emprego militante acabará”, expressão pela qual foi questionado. “É o emprego que todos sabemos que nasce por questões políticas, caixa e campanha. […] É preciso acabar com essa lógica de ver como normal coisas que não são”, respondeu.

“Dentro da lei tudo, fora da lei nada”, repetiu ao ser perguntado sobre como serão tratadas manifestações massivas contra os cortes, já agendados para os dias 19 e 20 por sindicatos e “piqueteiros” —um conjunto de organizações de esquerda que usam o fechamento de ruas como forma de protesto desde a década de 1990 no país.

O novo pacote de reformas econômicas de Milei, chamado por Adorni de “pacote de urgência”, é o anúncio mais esperado na Argentina no momento. A divulgação ocorreria nesta segunda, mas foi adiada para esta terça e será feita por meio de um vídeo gravado pelo ministro da Economia, Luis Caputo, depois das 17h.

Enquanto candidato, o novo presidente se referiu a veículos de mídia públicos, que também quer privatizar, como “ministério da propaganda encoberto”.

JÚLIA BARBON / Folhapress

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