SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público e a Receita Federal fazem operação na manhã desta terça-feira (12) contra grupo suspeito de desviar 12 toneladas de produtos químicos para produção de 19 toneladas de cocaína e crack.
Mais de 70 policiais cumprem 18 mandados de busca e apreensão em endereços em São Paulo, Paraná e Minas Gerais.
Um dos alvos é a empresa Anidrol Produtos para Laboratórios Ltda., em Diadema, da qual o influenciador Renato Cariani é um dos sócios.
Segundo a PF, empresas licenciadas a vender produtos químicos em São Paulo emitiam notas fiscais falsas. Eles usavam laranjas para fazer depósitos em espécie, como se fossem funcionários de grandes multinacionais as firmas eram vítimas que figuraram como compradoras.
Em uma rede social, Cariani postou um vídeo dizendo que foi pego de surpresa pela operação e que não teve acesso à investigação.
Foram identificadas 60 transações dissimuladas vinculadas à atuação desta organização criminosa, totalizando, aproximadamente, 12 toneladas de produtos químicos (fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila), o que corresponde a mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontas para consumo, segundo a PF.
As investigações revelaram, ainda, diz a PF, que os envolvidos usavam terceiros e também abriam empresas fictícias para esconder a procedência ilícita do dinheiro.
Segundo a PF, os investigados vão responder pelos crimes de tráfico equiparado, associação para fins de tráfico, e lavagem de dinheiro. As penas cominadas podem ultrapassar 35 anos de reclusão.
A reportagem procurou Cariani via ligações no celular, mensagens na rede social e ligações na empresa, mas ninguém respondeu aos contatos. No começo desta tarde, ele se pronunciou por meio do Instagram.
“Pela manhã fui surpreendido pelo cumprimento de mandado de busca e apreensão da polícia na minha casa, onde fui informado que não só a minha empresa, mas várias empresas estão sendo investigadas num processo que eu não sei. Os meus advogados agora vão dar entrada pedindo para ver o processo e aí sim eu vou entender o que consta nessa investigação”, afirmou.
Ele ainda disse que a empresa tem mais de 40 anos e opera com todas as licenças necessárias.
Renato Cariani é atleta e empresário do ramo fitness. Químico de formação, ele é sócio do grupo Supley, que abriga as marcas Max Titanium (suplementos esportivos), Dr. Peanut (alimentos à base de amendoim) e Probiótica (suplementação e nutrição esportiva). Cariani também atua como influenciador fitness e de fisiculturismo. Com mais de 7 milhões de seguidores no Instagram, ele publica conteúdos diários sobre musculação, dieta e estilo de vida.
Cariani também tem um projeto no Youtube no qual ajuda famosos a emagrecer e ganhar músculos. Entre as pessoas que já passaram pelo projeto estão os apresentadores Danilo Gentili, do SBT, Igor 3K, do Flow Podcast, e Sérgio Sacani, do canal Space Today.
A Max, uma das empresas de Cariani, é patrocinadora de Ramon Rocha Queiroz, o Ramon Dino, duas vezes vice-campeão do Mr. Olympia e considerado o maior expoente do esporte no Brasil.
FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress