Influencer fitness Renato Cariani diz que foi pego de surpresa por operação da Polícia Federal

Influencer Renato Carini | Foto Arquivo Pessoal/Redes Sociais

O influenciador Renato Cariani, alvo de operação da Polícia Federal que mirou uma quadrilha que desviava produtos químicos para produção e refino de crack e cocaína, usou uma rede social para se defender, com a publicação de vídeos nesta terça-feira (12).

Cariani é sócio da empresa Anidrol, que segundo a investigação, teria desviado 12 toneladas de produtos químicos para a produção de entorpecentes, por meio de 60 notas fiscais falsas, emitidas em nome de empresas farmacêuticas multinacionais usadas falsamente como compradoras.

Em um dos vídeos, Cariani afirmou que foi pego de surpresa pela operação e que não sabia da investigação.

“Pela manhã fui surpreendido pelo cumprimento de mandado de busca e apreensão da polícia na minha casa, onde fui informado que não só a minha empresa, mas várias empresas estão sendo investigadas num processo que eu não sei. Os meus advogados agora vão dar entrada pedindo para ver o processo e aí sim eu vou entender o que consta nessa investigação”, disse.

Ele confirmou que foi alvo de mandados de busca e apreensão, assim como seus sócios. Cariani afirmou que a empresa é gerida por uma mulher de 71 anos.

“A empresa foi fundada em 1981, tem mais de 40 anos de história, é uma empresa linda. Minha sócia com 71 anos ainda é a grande administradora, a grande gestora da empresa. Empresa com sede própria, que tem todas as licenças, todas as certificações nacionais e internacionais. Para mim, para minha sócia e para todas as pessoas foi uma surpresa. Mas quero agradecer do fundo do coração a mensagem e o carinho de vocês”, declarou em vídeo postado na rede social.

Ele afirmou que assim que tiver acesso à investigação voltará a se pronunciar.

Mais tarde, em outro vídeo, com a filha no colo, Cariani afirmou que teve uma noite difícil, pois precisou de levar a criança ao hospital e só foi dormir por volta das 3h30. “Quando foi 6h e pouco da manhã, fui acordado da forma que o Brasil inteiro sabe”, disse.

“Tudo bem, durou uma hora, uma hora e pouco, mas olha, essa noite, não foi fácil”, afirmou na gravação.

Neste segundo vídeo, o influenciador se disse tranquilo. “Mas, o importante é o seguinte, é que eu sei quem eu sou, a jornada que cumpro, sei muito bem disso. Quem tem empresa está fadado a esse tipo de situação. Estou tranquilo”, afirmou, em trecho da publicação.

Renato Cariani é atleta e empresário do ramo fitness. Com mais de 7 milhões de seguidores no Instagram, ele publica conteúdos diários sobre musculação, dieta e estilo de vida.

Cariani também tem um projeto no Youtube no qual ajuda famosos a emagrecer e ganhar músculos. Entre as pessoas que já passaram pelo projeto estão os apresentadores Danilo Gentili, do SBT, e Igor 3K, do Flow Podcast.

Nas redes sociais, Igor saiu em defesa do influenciador. “Eu conheço o Cariani e duvido muito que ele seja culpado. Se for, infelizmente é mais um amigo que teve a vida destruída pelo crack mas, por enquanto, não sabemos o suficiente”, escreveu.

ENTENDA A OPERAÇÃO

A Polícia Federal, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público e a Receita Federal fizeram operação na manhã desta terça-feira (12) contra grupo suspeito de desviar 12 toneladas de produtos químicos para produção de 19 toneladas de cocaína e crack.

Mais de 70 policiais cumprem 18 mandados de busca e apreensão em endereços em São Paulo, Paraná e Minas Gerais.

Um dos alvos é a empresa Anidrol Produtos para Laboratórios Ltda., em Diadema, da qual o influenciador Renato Cariani é um dos sócios.

Segundo a PF, empresas licenciadas a vender produtos químicos em São Paulo emitiam notas fiscais falsas. Eles usavam laranjas para fazer depósitos em espécie, como se fossem funcionários de grandes multinacionais –as firmas eram vítimas que figuraram como compradoras.

Foram identificadas 60 transações dissimuladas vinculadas à atuação desta organização criminosa, totalizando, aproximadamente, 12 toneladas de produtos químicos (fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila), o que corresponde a mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontas para consumo, segundo a PF.

As investigações revelaram, ainda, diz a PF, que os envolvidos usavam terceiros e também abriam empresas fictícias para esconder a procedência ilícita do dinheiro.

FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress

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