RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Vegetti chegou ao Vasco no último dia de janela de transferências. Apenas dois dias depois, marcou o primeiro gol e garantiu o que, àquela altura, era apenas a terceira vitória do time no Brasileiro. O “Pirata” logo caiu nas graças dos torcedores e se tornou um dos nomes na arrancada da equipe de São Januário contra o rebaixamento. Em um bate papo com o UOL, o camisa 99 fala sobre a adaptação, a torcida cruz-maltina e a briga contra a degola.
A torcida do Vasco me impressionou já no primeiro contato. Poucas vezes vi uma torcida tão engajada e que ama seu clube. Fazer parte deste ambiente me motiva muito quando entro em campo
Vegetti
VEJA O QUE DISSE VEGETTI
PERGUNTA – Como tem sido sua adaptação e de sua família?
VEGETTI – “A adaptação ocorreu de forma tranquila. O Rio é uma cidade incrível, com uma população muito amistosa e acolhedora. São poucos meses, ainda estamos nos habituando em alguns aspectos, mas no geral ocorreu sem grandes problemas. Estamos felizes morando aqui e eu atuando pelo Vasco.”
P – Diferentemente de muitos estrangeiros, você chegou e rapidamente apresentou bons números logo em sua primeira temporada. A que deve isso?
V – “Sempre fui muito focado no trabalho e nunca me intimidei por desafios. Sabia da responsabilidade, do tamanho que é atuar em uma equipe como o Vasco. Fui muito bem recebido por todos, o que sem dúvidas contribuiu para o meu rápido entrosamento e adaptação. Fico feliz que as coisas tenham fluido naturalmente e que consegui me encaixar bem mesmo com a temporada em sua metade.
P – O fato da torcida do Vasco ter adotado o seu gesto de pirata e isso ter virado até item de fantasia nos jogos em São Januário te surpreendeu?
V – “A torcida do Vasco me impressionou já no primeiro contato. Poucas vezes vi uma torcida tão engajada e que ama seu clube. Fazer parte deste ambiente me motiva muito quando entro em campo. Saber que meu estilo e minha comemoração causaram empatia com o torcedor me alegra, assim como o carinho que recebo deles desde que cheguei. A comemoração começou no Belgrano, porque tem essa coisa do pirata, que é uma marca do clube. Acabei repetindo aqui no Vasco, foi uma coisa que pegou e a torcida aqui adotou também essa alcunha.”
P – Cano também foi um jogador pouco conhecido que chegou ao Brasil também com idade parecida com a sua. Ele é um cara que te inspira?
V – “O Cano é um grande centroavante. Os números da carreira dele, sobretudo nas temporadas aqui no Brasil, comprovam isso. É comum na América do Sul, o jogador não ser reconhecido e acabar conseguindo isso em um outro centro. É um jogador que merece todo o respeito, mas cada um tem seu estilo. Tenho certeza que seguindo com esse comprometimento, também vou deixar minha marca no Vasco e no futebol brasileiro.”
P – Seu compatriota Orellano está tendo um pouco mais de dificuldade de se adaptar. O que você pode dizer sobre ele?
V – “O Orellano é um garoto ainda em desenvolvimento. Eu também sou uma pessoa mais reservada, mas já com mais experiência que me dá segurança nesta minha mudança para um outro país. Existem jogadores que se adaptam a essa realidade mais rápido. Creio que o Orellano é um atleta de muito potencial, que aprendeu muito neste primeiro ano de Vasco. Sem dúvidas vai ajudar mais o elenco na próxima temporada.”
P – Como é sua relação com o Medel e os outros estrangeiros?
V – “A minha relação com todos os jogadores é ótima. O Medel acabou chegando praticamente ao mesmo tempo que eu. A questão da cultura, às vezes do idioma, acaba juntando sempre os estrangeiros em um primeiro momento. Mas todos os jogadores do Vasco nos acolhem.”
P – Como foi a experiência de jogar em São Januário e no Maracanã?
V – “São dois grandes estádios. O Maracanã icônico por todo seu misticismo, história que representa para o Brasil. É uma emoção única poder atuar neste palco. E São Januário é outro estádio de um simbolismo forte. A ligação que ele tem com o Vasco e sua torcida e sentida desde que você pisa lá dentro. Um caldeirão. Então me sinto um privilegiado de poder atuar nestes dois palcos durante a temporada.”
P – Você respondeu à subida na bola que o Solteldo deu no jogo contra o Vasco…
V – Não acredito que aquilo que ele fez contra nós, que estávamos em um momento delicado, acrescentou alguma coisa. Quando atingimos o objetivo foi mais uma coisa interna do grupo, relembrando o caminho que passamos até chegar ali. Acabou tomando uma forma maior do que realmente foi para o nosso grupo o que fizemos ali no campo. Mas todos sabemos que o Soteldo é um grande jogador, um craque. Mas nosso foco sempre foi o Vasco e estamos felizes que no fim atingimos o nosso objetivo”.
ALEXANDRE ARAUJO E BRUNO BRAZ / Folhapress