RIO DE JANEIRO, RJ (UOL-FOLHAPRESS) – A declaração do presidente da Federação Paulista, Reinaldo Carneiro Bastos, em apoio a Ednaldo Rodrigues é o posicionamento mais relevante até agora no tabuleiro das federações, considerando a eleição da CBF que se aproxima.
Como ponto de partida, Ednaldo tem ao seu lado a Federação Bahiana, do seu estado de origem e presidida pelo concunhado, Ricardo Lima.
Ednaldo também tem apoio do Espírito Santo, cujo presidente, Gustavo Vieira, é diretor financeiro da CBF. Já o capixaba Marcus Vicente é um dos vices de Ednaldo.
São Paulo, como declarado por Reinaldo, engrossa as fileiras de apoio ao presidente deposto. O dirigente foi um dos vices eleitos em 2022.
Paraná é outro estado com Ednaldo: Hélio Cury também foi um dos vices de Ednaldo e tem seu filho, Hélio Cury Jr, presidindo a federação local.
A Federação do Pará já soltou nota de apoio a Ednaldo, dizendo que ele “seguirá liderando, de forma íntegra, as pautas fundamentais para a ascensão do futebol de cada região”.
O UOL ouviu agentes políticos que ainda colocam a Federação do Amapá na base de apoio de Ednaldo. Roberto Góes é presidente da entidade e um dos vices da CBF, com Ednaldo.
Federações em cima do muro estão reticentes em relação ao poder de Ednaldo de resistir aos ataques e críticas da oposição. A campanha de informações para minar a imagem do dirigente segue.
Há quem considere a hipótese de Ednaldo não ser candidato. E esse apoio migraria para Reinaldo Carneiro Bastos, figura que pode também atrair indecisos.
E A OPOSIÇÃO
Minas Gerais e Alagoas já se posicionam de forma mais clara contra Ednaldo na eleição que se aproxima.
Os mineiros, pela relação do presidente Adriano Aro com Castellar Neto, um dos vices da gestão passada que recorreram na Justiça para derrubar Ednaldo.
Os alagoanos, pela ligação com Gustavo Feijó, adversário político que mais teve embate público com Ednaldo. Felipe Feijó, filho de Gustavo, preside a federação. O pai fez dupla com Ednaldo durante a interinidade na CBF em 2021. Mas os dois brigaram.
Quem participa do processo político ainda coloca mais quatro federações nordestinas no bloco da oposição: Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
PARA ONDE VAI O RIO?
A posição de Rubens Lopes tem gerado curiosidade no tabuleiro das federações. Há uma divisão de opiniões sobre ele. Há quem veja Rubinho encorpando a oposição, enquanto pessoas próximas dizem que ele ainda não se decidiu e poderia compor com o outro lado.
Lopes teve um desentendimento com ele por causa da organização do Brasil x Argentina no Maracanã, mas disse recentemente que a questão havia sido superada.
QUEM VEM DA OPOSIÇÃO?
A indefinição alcança outras federações, que querem esperar uma sinalização mais clara, sobretudo a respeito do candidato da oposição.
Um dos nomes ventilados pela oposição é o de Flávio Zveiter, que tem ótimo trânsito no mundo jurídico, tem entrada com alguns clubes por causa da Libra e rejeição de outros, pelo mesmo motivo. Além disso, o fato de não vir do seio das federações gera uma dose de antipatia em alguns.
Fernando Sarney é outro nome ventilado, mas não se lança efetivamente. Gustavo Feijó e Castellar sempre tiveram aspirações, mas tampouco se colocam como candidatos ainda.
Dirigentes têm percebido até agora que Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero, ambos banidos do futebol, se engajaram mais pela saída de Ednaldo do que necessariamente de escolha do candidato da oposição.
QUANTO CADA UM PRECISA?
Uma candidatura precisa ter apoio de oito federações e cinco clubes para ser registrada. Essa determinação judicial remete ao que era o cenário eleitoral de 2017
Os clubes das Séries A e B também são eleitores, mas os votos deles têm peso dois e um, respectivamente. As federações têm peso três.
O prazo dado pela Justiça para eleger o novo presidente é de 30 dias úteis, e expira na semana de 22 de janeiro. JoséPerdiz, presidente em exercício, tem a missão de conduzir o processo.
IGOR SIQUEIRA E RODRIGO MATTOS / Folhapress