Tarcísio diz que avisou Nunes sobre aumento da passagem em SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Nesta quinta-feira (14), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) foi informado sobre o aumento da tarifa dos trens e metrôs de São Paulo para R$ 5. Hoje, a tarifa está em R$ 4,40.

“Quando ele [Nunes] me comunicou sobre a tarifa zero aos domingos, naquele mesmo dia, eu falei ‘eu vou reajustar metrô, CPTM e EMTU’. Eu falei,’ olha, vamos fazer assim, é inescapável, não tem mais como a gente segurar’. Tanto é que já estava no LOA [Lei Orçamentária Anual]”, afirmou ele.

O prefeito estava em um voo de Dallas (Estados Unidos) para São Paulo quando a gestão estadual anunciou o reajuste e foi pego de surpresa pela medida. Havia uma previsão, por parte da Prefeitura de São Paulo, de que o assunto seria discutido ao longo deste mês.

Quando indagado se irá apoiar Nunes na campanha para prefeitura no ano que vem, Tarcísio riu e disse que o emedebista é um pessoa com quem ele mantém uma “boa conversa”.

As declarações do governador aconteceram em uma entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes após o anúncio de um novo programa para evitar desastres climáticos no estado. Nunes esteve presente da cerimônia, mas não falou com a imprensa.

Tarcísio afirma que mantém uma situação de estrutura de custos completamente diferente da prefeitura, que decidiu não ajustar a tarifa e mantê-la em R$ 4,40. Ele disse que os subsídios para o transporte sob trilhos, para CPTM e Metrô já estão chegando “na casa do insuportável”.

“Temos que tomar cuidado com a solvência dessas empresas. Se fôssemos ajustar pelo que realmente é devido, a tarifa estaria na casa dos R$ 8 para o EMTU e R$ 6 para CPTM e Metrô.

O governador relembra que há três anos a tarifa não sofre nenhum reajuste. “A prefeitura tem uma outra situação, pois opera o transporte sob pneus e percebeu que ela consegue suportar mais tempo a atual estrutura de custos e o atual nível de subsídio.”

O governador disse que, mesmo reajustando, vai aportar um recurso importante em termos de subsídio. “Não podemos mais tirar dinheiro de outras áreas que são prioritárias. Estamos vendo os desafios na saúde, na segurança pública. Não dá mais para tirar [destas áreas] para subsidiar a atividade de transporte. Temos que equilibrar um pouco a conta.”

A tarifa atual, de R$ 4,40, vem sendo praticada desde janeiro de 2020 -antes disso, estava em R$ 4,30. O aumento de R$ 0,60 é o segundo maior desde 2010, como apontou um levantamento realizado pela Folha de S.Paulo.

Agora, o acréscimo de 13,6% só fica atrás do aumento de 16,6% estabelecido em 2015. Em janeiro daquele ano, a tarifa, que desde 2011 custava R$ 3, chegou a R$ 3,50. São Paulo tinha Geraldo Alckmin (então no PSBD, hoje no PSB) como governador e Fernando Haddad (PT) como prefeito.

ISABELLA MENON / Folhapress

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