SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O vereador Milton Leite (União Brasil) foi eleito presidente da Câmara Municipal de São Paulo pela quarta vez consecutiva em seis anos durante votação da Mesa Diretora realizada na manhã desta sexta-feira (15). Leite também assumiu o cargo em 2017 e 2018.
Foram 49 votos pela reeleição de 55 vereadores presentes em plenário. Leite disputou o cargo com a vereadora Luana Alves (PSOL), que teve seis votos. O parlamentar comanda o Legislativo paulistano desde 2021, no início desta legislatura. As eleições para o cargo ocorrem todo fim de ano.
Antes da votação, Leite anunciou sua despedida da Câmara Municipal. “Não retorno mais como vereador em 2025”, disse. “Estou aqui com a missão de deixar essa Casa pacificada diante da eleição municipal do próximo ano”, continuou.
Em seu discurso, a vereadora da oposição ressaltou a importância da alternância de poder e defendeu a presença de uma mulher no comando do Legislativo paulistano, algo ainda inédito na história da cidade.
O presidente da Câmara tem a função de comandar os trabalhos legislativos, o que inclui decidir os temas levados à votação, assim como convocar sessões plenárias.
A votação desta sexta também escolheu os vereadores que irão ocupar os demais sete cargos da Mesa Diretora, que irá conduzir os trabalhos legislativos em 2024. João Jorge (PSDB) foi eleito o 1º vice-presidente, Atílio Francisco (Republicanos) como 2º vice-presidente, Alessandro Guedes (PT) como 1º secretário e Marlon Luz (MDB) como 2º secretário. Milton Ferreira (Podemos) e George Hato (MDB) foram eleitos suplentes, e Rubinho Nunes (União Brasil) como corregedor.
Leite elegeu a privatização da Sabesp como prioridade do próximo ano na Casa. Existe uma lei municipal desde 2009 que prevê repasses da empresa ao município e, caso a concessão seja finalizada, esses valores deixam de entrar nos cofres municipais. Segundo o presidente da Câmara, essa lei municipal será discutida em plenário nos próximos meses.
O assunto foi tratado em reunião com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na noite desta quinta-feira (14). “Tivemos um entendimento muito bom”, disse Leite.
Em seu sétimo mandato consecutivo desde 1997, Leite tem com base eleitoral a zona sul da capital onde também fica o barracão da escola de samba Estrela do Terceiro Milênio da qual é patrono.
É o presidente da Câmara quem assume o cargo de prefeito na ausência de Ricardo Nunes (MDB) já que a capital não tem um vice-prefeito desde a gestão anterior. Até então vice-prefeito, Nunes assumiu o comando da cidade em maio de 2021 após a morte de Bruno Covas (PSDB), reeleito no ano anterior.
Ao longo de sua carreira parlamentar, Leite se consolidou como homem forte do transporte público com relação estreita com as empresas de ônibus que atuam na capital.
Em novembro do ano passado, o parlamentar assinou decreto que ampliou o subsídio para as empresas de ônibus enquanto prefeito em exercício durante ausência de Nunes.
Dois filhos de Leite também integram o Legislativo, o deputado estadual Milton Leite Filho (União Brasil), que exerce o quarto mandato na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), e o deputado federal Alexandre Leite (União Brasil).
Internamente, Leite é muito próximo dos procuradores legislativos, considerados a elite do funcionalismo municipal, com salários que ultrapassam o teto constitucional.
O vereador tem liderado as negociações sobre a privatização da Sabesp no âmbito municipal. “A Sabesp é uma empresa controlada pelo governo do estado, pelo governo estadual, não pela intendência municipal. Mas a propriedade de explorar água e esgoto é do município. Veja o que a gente está tentando destravar neste momento, que é o maior leilão do mercado neste momento”, declarou Leite durante reunião com empresários no fim de novembro.
MARIANA ZYLBERKAN / Folhapress