SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O valor da tarifa de integração do bilhete único comum, para quem usa os ônibus municipais da cidade de São Paulo e o transporte sobre trilhos (trem e metrô), vai passar para R$ 8,20 no próximo dia 1º de janeiro. Antes, custava R$ 7,65.
A informação foi dada na tarde desta sexta-feira (15) pela Secretaria de Transportes Metropolitanos, um dia depois de o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciar reajuste na tarifa do metrô e dos trens metropolitanos, que passará de R$ 4,40 para R$ 5 em 1º de janeiro de 2024.
A Prefeitura de São Paulo, que geralmente acompanha os reajustes dos modais ferroviários ligados ao governo estadual, vai manter a tarifa dos ônibus municipais em R$ 4,40, valor que está congelado há três anos.
Assim, o reajuste na tarifa integrada será apenas na parcela do governo do estado e ficará em torno de 7,2%.
Na quinta-feira (14), ao defender o reajuste, Tarcísio afirmou que os subsídios para o transporte sob trilhos, para trens metropolitanos (como os da CPTM) e metrô estão chegando “na casa do insuportável”.
“Temos que tomar cuidado com a solvência dessas empresas. Se fôssemos ajustar pelo que realmente é devido, a tarifa estaria na casa dos R$ 8 para a EMTU [Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo] e R$ 6 para CPTM e metrô”, afirmou.
O governador disse que, mesmo reajustando a tarifa, vai aportar um recurso importante em termos de subsídio. “Não podemos mais tirar dinheiro de outras áreas que são prioritárias. Estamos vendo os desafios na saúde, na segurança pública. Não dá mais para tirar [destas áreas] para subsidiar a atividade de transporte. Temos que equilibrar um pouco a conta.”
O reajuste do próximo dia 1º também valerá para as linhas sob concessão. Assim, o preço da tarifa passará para R$ 5 nas linhas 4-amarela do metrô, operada pela ViaQuatro, e nas linhas 5-lilás do metrô e 8-diamante e 9-esmeralda de trens, da ViaMobilidade.
A tarifa atual, de R$ 4,40, vem sendo praticada desde janeiro de 2020 -antes disso, estava em R$ 4,30. O aumento de agora, de R$ 0,60, é o segundo maior desde 2010.
Agora, o acréscimo de 13,6% só fica atrás do aumento de 16,6% estabelecido em 2015. Em janeiro daquele ano, a tarifa, que desde 2011 custava R$ 3, chegou a R$ 3,50. São Paulo tinha Geraldo Alckmin (então no PSBD, hoje no PSB) como governador e Fernando Haddad (PT) como prefeito.
Também na quinta-feira, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) defendeu a manutenção da tarifa dos ônibus argumentando a queda de passageiros verificada após a pandemia de Covid-19. Em 2019, em média, 9 milhões de pessoas usavam os ônibus municipais todos os dias. Hoje, a média diária é de 7 milhões de passageiros.
“É fundamental que a gente incentive o transporte coletivo. São 7 milhões de veículos e 1,1 milhão de motos [nas ruas]”, afirmou Nunes, que disse que a discussão vai além da tarifa e está relacionada também ao meio ambiente e ao trânsito na cidade.
A partir deste domingo (17), passageiros não pagarão mais para usar os ônibus municipais aos domingos na cidade de São Paulo, com a implantação de um programa de tarifa zero.
Redação / Folhapress