SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Morreu na sexta-feira (15) o filósofo político, professor e pesquisador italiano Antonio Negri, líder do movimento de esquerda Autonomia Operaria, que atuou na Itália durante a década de 1970.
Negri morreu em Paris, na França, aos 90 anos. A informação foi confirmada à Ansa, agência de notícias italiana, por Oreste Scalzone, ex-líder do Potere Operaio, grupo do qual Negri também foi membro.
Natural de Pádua, na Itália, graduou-se na em filosofia e estudou nomes como Hegel e Marx. Em suas obras trata de temas como marxismo, globalização democrática e anticapitalismo.
Em 1973, fundou o Autonomia Operaia, foi líder e teórico do movimento até sua dissolução em 1979. Na época, o grupo foi um dos principais que emergiram da organização de estudantes e trabalhadores entre as décadas de 1960 e 1970.
O grupo teve um papel importante nos chamados Anos de Chumbo, na Itália, período marcado por conflitos sociais generalizados, pela forte violência política e surgimento de grupos extremistas de direita e esquerda, entre 1960 e 1980.
Negri foi preso sob a acusação de liderar um grupo paramilitar conhecido como Brigadas Vermelhas. À época, a Anistia Internacional denunciou irregularidades na condução dos processos do filósofo.
Em 1983, Negri se refugiou na França, país que recebeu outros de seus colegas de militância. No final da década de 1990 ele retornou para a Itália para cumprir pena reclusão. Em julho de 1997, esta Folha noticiou o retorno do filósofo ao país, no texto, Negri disse ter voltado para chamar a atenção da sociedade sobre a situação de condenados e exilados daquela época.
“Permanecerá a importância cultural e intelectual de Toni Negri, que espero que também seja lembrada pelos seus inimigos. Para mim é uma grande perda”, disse o filósofo italiano Massimo Cacciari à Ansa, sobre a morte do colega.
Redação / Folhapress