SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar abriu o dia próximo da estabilidade nesta segunda-feira (18), com o mercado avaliando a aprovação da reforma tributária no Congresso, na última sexta-feira (15), e aguardando novos dados de inflação dos Estados Unidos desta semana.
Às 9h10, o dólar à vista avançava 0,06%, cotado a R$ 4,9409. Na sexta-feira, antes da aprovação da reforma tributária, a moeda avançou 0,45% e terminou o dia cotado a R$ 4,937.
Já a Bolsa recuou 0,49%, aos 130.197 pontos, num movimento comum de correção, após ter registrado o seu maior patamar da história na quinta-feira (14).
De acordo com o analista-chefe da Levante Corp, Eduardo Rahal, o mercado exibiu nesta sexta-feira uma “tendência lateral”, após uma semana marcada por intensa volatilidade, que teve como destaques decisões de juros no Brasil e EUA.
Ele citou que, desde a quarta-feira, investidores passaram a recalcular suas expectativas para futuras alterações nas taxas de juros pelo banco central norte-americano, antecipando a chance de cortes, com algumas apostas já para janeiro de 2024.
Na quarta-feira, o Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) confirmou as expectativas do mercado e manteve o juro entre 5,25% e 5,50% ao ano, enquanto 17 dos 19 formuladores de política monetária do Fed passaram a projetar corte da taxa em 2024.
Além disso, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o BC dos EUA provavelmente já terminou de aumentar os juros e afirmou que eles estão muito focados em não cometer o erro de manter as taxas altas por tempo demais.
No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes também se recuperava de baixas recentes, em alta de 0,63%.
A alta do dólar também pode ser reflexo de uma demanda sazonal pela divisa norte-americana, disseram operadores, à medida que o final do ano se aproxima e as empresas brasileiras se preparam para enviar remessas de dinheiro ao exterior, o que pode prejudicar o real na reta final de 2023.
“O real tende a ter ventos contrários sazonais no final do ano, mas isso pode não ser suficiente [para derrubar a moeda], dados os fundamentos fortes, como o ‘carry’, e uma orientação consistente do Copom para um ciclo de afrouxamento [de juros] cauteloso”, disse o Citi em relatório a clientes.
Redação / Folhapress