SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo vai anular a 1ª fase do processo seletivo para residência médica e aplicar novas provas para os mais de 5,2 mil candidatos inscritos.
De acordo com a instituição, os erros na aplicação do exame afetaram a equidade dos inscritos no processo seletivo, tornando necessária a reaplicação de todas as provas. Ainda segundo a Santa Casa, não foram encontrados indícios de fraude nas apurações já realizadas.
“Lamentamos as ocorrências e reforçamos que a irmandade tem como premissa a probidade e
transparência em todos os seus processos e toma esta decisão para garantir a isonomia no acesso aos
programas de residência”, afirma a entidade.
A data dos novos testes deve ser divulgada nesta segunda-feira (18), com a publicação de um cronograma atualizado.
A decisão foi anunciada após uma reunião entre a irmandade e o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), representado pelo presidente e pela primeira secretária do Conselho, Angelo Vattimo e Irene Abramovich, e depois de candidatos acionarem a Justiça.
Em nota pública assinada pelos advogados Gabriel Prado de Souza Aranha e Luca Zuccari Boskovitz e por 25 médicos, é mencionado, por exemplo, que “alguns exemplares da prova possuíam um leve destaque em cinza claro nas alternativas corretas”.
Em resposta, a Santa Casa e o Instituto Mais de Gestão e Desenvolvimento Social, responsável pela aplicação dos testes, confirmaram falhas na entrega e na impressão das provas.
As instituições, contudo, afirmaram que somente os candidatos de nove programas pediatria, ginecologia e obstetrícia, endocrinologia e metabologia, gastroenterologia, geriatria, hematologia e hemoterapia, oncologia clínica, pneumologia e reumatologia haviam sido prejudicados e teriam os testes reaplicados. Para os demais, o processo seletivo seguiria normalmente.
A decisão não agradou e, no dia 12, os advogados protocolaram um pedido de liminar para o cancelamento das provas de todas as especialidades ou então a suspensão da homologação da primeira fase até que as irregularidades fossem investigadas.
O processo foi distribuído para a 4a Vara Cível do Foro Regional de Pinheiros, sob os cuidados do juiz Diego Ferreira Mendes, que negou a tutela antecipada.
Os advogados recorreram então ao Tribunal de Justiça, ao qual pedem indenização por danos morais, reembolso da taxa de inscrição e pagamento de todas as despesas que os autores da ação tiveram em razão do cancelamento da prova. O caso segue em tramitação.
STEFHANIE PIOVEZAN / Folhapress