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Brancos respondem pela maior proporção da população mais velha

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os dados do Censo 2022 divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (22) evidenciam a diversidade da população brasileira. Somos crianças indígenas, adultos pardos e pretos, idosos brancos e amarelos.

Entre os mais jovens, de 0 a 14 anos, o censo mostra que 49,3% são pardos, 42,2% são brancos, 7,3% são pretos, 1%, indígenas e 0,2%, amarelos. Em 2010, as proporções eram respectivamente 48%, 44,5%, 5,9%, 0,6% e 0,9%.

Na faixa seguinte, de 15 a 29 anos, as mudanças foram ainda maiores. A parcela de pardos passou de 45,6% em 2010 para 48,7% em 2022, e brancos passaram de 44,8% para 39,4%. Pretos somam 10,8%, contra 8% na pesquisa anterior; indígenas são 0,7%, versus 0,4%; e amarelos agora representam 0,3% dos jovens nessa idade, contra 1,1% anteriormente.

No grupo dos adultos de 30 a 44 anos, 45,9% são pardos (ante 42,4%), 41,8% são brancos (contra 47,6%), 11,4% são pretos (versus 8,5%), 0,5% são indígenas (eram 0,3%) e 0,4%, amarelos (ante 1,1%).

Na população mais velha, o perfil muda e brancos respondem pela maior proporção. Entre os residentes de 45 a 59 anos, 44,8% são brancos; 43,3% são pardos; 11,1% são pretos; 0,4% são indígenas e 0,5%, amarelos. No censo anterior, as proporções eram respectivamente 52%, 38,3%, 8,3%, 0,3% e 1,1%.

Dos idosos de 60 a 74 anos, 50,3% afirmaram ser brancos; 38,6%, pardos; 10,2%, pretos; 0,3%, indígenas e 0,7%, amarelos. Já entre aqueles de 75 anos ou mais, 55,6% são brancos; 33,8%, pardos; 9,1%, pretos; 0,4%, indígenas; e 1,1% amarelos.

Em resumo, pretos e pardos aumentaram sua participação relativa em todas as faixas etárias; indígenas tiveram comportamento semelhante, mantendo sua participação estável apenas no recorte de 60 a 74 anos; e brancos e amarelos perderam espaço em todas as idades.

Segundo Marta de Oliveira Antunes, responsável pelo Projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, a perda da participação relativa da população amarela em todos os grupos de idade está relacionada à mensagem apresentada aos entrevistados.

Após verificarem certa confusão em relação à categorização, os técnicos do instituto decidiram explicar a cada pessoa que se dizia pertencente a esse grupo que são considerados amarelos os descendentes de orientais, como chineses, japoneses e coreanos. A explicação afetou as respostas.

IDADES DE CADA GRUPO

Entre toda a população residente que se declara branca, 39,4% tem de 0 a 39 anos; 41,8% tem de 30 a 59 anos e 18,8% têm 60 anos ou mais. Em 2010, os mais novos eram 47,8% e os mais velhos, 12,7%.

Na população preta, 38% têm até 29 anos; 46,7%, de 30 a 59 anos; e 15,3%, 60 anos ou mais.

Na população amarela, 28,2% têm até 29 anos; 42,8%, de 30 a 59 anos; e 29%, 60 anos ou mais. Trata-se do grupo com maior parcela de idosos.

“A partir do momento em que vamos tendo gerações mais jovens, até quando elas continuam se identificando com a origem oriental? Até onde essa origem continua a ser acionada como critério de pertencimento étnico?”, questiona Antunes. São perguntas que demandam novas investigações.

Entre os pardos, 45,4% têm até 29 anos; 41,6% têm de 30 a 59 anos; e 13% têm 60 anos ou mais.

Já na população indígena, 56,1% têm até 29 anos; 33,2%, de 30 a 59 anos; e 10,7% são idosos, configurando o grupo de população mais jovem.

ESTAMOS MAIS VELHOS

O IBGE também calculou o índice de envelhecimento de cada grupo, representado pelo número de pessoas com 60 anos ou mais em relação a 100 pessoas de até 14 anos. A população brasileira, por exemplo, tem índice de 80,03, indicando 80 idosos para cada 100 crianças e adolescentes de até 14 anos.

De acordo com o Censo 2022, a população amarela possui o maior índice de envelhecimento: 256,5. Em seguida, vêm as populações preta (108,3) e branca (98,05). Já os menores índices de envelhecimento são observados entre pardos (60,60) e indígenas (35,55).

Quando considerada a distribuição regional, o Norte apresenta um padrão mais jovem, com índice de envelhecimento de 19,9 para a população indígena, e o Sudeste possui uma população mais envelhecida, chegando ao índice de 314 para a população amarela.

O envelhecimento é observado ainda pelas mudanças na idade mediana, que separa a metade mais jovem da metade mais velha da população. No Brasil, de 2010 para 2022, a idade mediana subiu de 29 para 35 anos. Na população amarela, passou de 30 para 44 anos; na branca, de 31 para 37; e na preta, de 31 para 36 anos. Entre pardos, a mediana é de 32 anos e, entre indígenas, 25.

De acordo com Antunes, é preciso analisar questões como migração, fecundidade, mortalidade, arranjos familiares e senso de pertencimento para explicar os resultados. A expectativa é que as próximas divulgações do Censo ajudem a elucidar as mudanças.

STEFHANIE PIOVEZAN / Folhapress

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