Morrinhos do Sul é a cidade mais branca do país, e Rio Grande do Sul, o estado

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O Censo Demográfico de 2022, divulgado nesta sexta-feira (22) pelo IBGE, aponta que a cidade de Morrinhos do Sul, no norte do Rio Grande do Sul, é que tem maior proporção de pessoas autodenominadas brancas do Brasil. Entre os 3.071 habitantes, só 79 se declararam não brancos. Isso faz com que o percentual de brancos no município seja de 97,4%.

A cidade é um reflexo do próprio estado, que, por sua vez, também ocupa a posição de unidade federativa com o maior percentual de brancos do país, com 78,4%.

Morrinhos do Sul é uma cidade nova, com apenas 31 anos. Ela foi emancipada em março de 1992, deixando de fazer parte do município de Torres. Mas seu povoamento tem quase 200 anos. Começou com a chegada de imigrantes alemães em 1826.

Segundo o Censo, 2.992 pessoas se identificaram como brancos no ano passado, período em que o recenseamento foi feito.

Apesar de maioria, esse percentual já foi maior. No Censo de 2010, 98,4% da população se dizia branca. O total de habitantes em Morrinho de Sul, porém, também diminuiu entre uma pesquisa e outra. Naquele ano, 3.134 pessoas viviam na cidade —pouco mais de 2% dos habitantes de hoje.

Morrinhos do Sul se define como uma cidade de colonização europeia, principalmente alemã, e com influência tropeira. Os imigrantes chegaram à região, no século 19, em busca de terras férteis para a agropecuária. O setor ainda é um dos principais responsáveis pela economia da cidade, junto com comércio e serviço, segundo o Sebrae.

De acordo com o IBGE, a densidade demográfica na cidade é de cerca de 18 habitantes por quilômetro quadrado. Metade da população mora em área rural, e a outra, em área urbana.

Em relação à população não branca, em 2022 apenas 52 pessoas se disseram pardos, 25, pretos, 1, indígena, e 1, amarelo. Se comparado ao Censo passado, houve um ligeiro aumento da população que não se declara branca. Em 2010, eram 40 pardos, 8 pretos e não tinham nenhum indígena nem branco.

A cidade, que fica em uma região de Mata Atlântica e próxima ao litoral, já foi parte das trilhas em que passavam indígenas da etnia xokleng. Hoje, o povo se concentra mais em Santa Catarina, estado vizinho ao Rio Grande do Sul. Mas parte da população xokleng reivindica terras no norte gaúcho, onde viviam antes da chegada dos colonos.

Morrinhos do Sul fica a 180 quilômetros de Porto Alegre, capital gaúcha; um trajeto que leva cerca de duas horas entre uma cidade e outra.

O ESTADO MAIS BRANCO

Com 78,4% da população gaúcha se declarando como branca, o Rio Grande do Sul é o estado com maior percentual do Brasil. Ao todo, 8.534.229 pessoas se consideram brancas.

Apenas 14,7% se declara parda, e 6,5%, preta. Já as populações indígenas e amarelas não somam, juntas, um ponto percentual. Elas representam, respectivamente, 0,3% e 0,1% do Rio Grande do Sul.

Apesar de ser majoritária, a população branca teve uma redução no território gaúcho na última década. Em 2010, eram 83,2%. Em contrapartida, a população de pretos e pardos aumentou. Naquele ano, o índice era de 5,6% e 10,6%, respectivamente.

É no território gaúcho que estão as três cidades com o maior percentual de brancos autodeclarados do país. Além de Morrinhos do Sul, nos primeiros lugares estão Forquetinha, com 97,2%, e Monte Belo do Sul, com 96,2%.

Além do Rio Grande do Sul, os outros dois estados que formam a região —Santa Catarina e Paranᗠtambém estão, por ordem, em segundo e terceiro lugar no rol de maior concentração de brancos no país. No território catarinense, esse percentual é de 76,3%, e no paranaense, 64,6%.

Ao todo, o Censo de 2022 indica que nas 2.283 cidades do Sul, a população branca é predominante —isto é, tem um percentual maior do que as outras cores ou raças. Esse número representa 41% de todos os municípios brasileiros.

Pouco mais da metade das cidades onde a população branca é maioria estão na região Sul. Dos 1.191 municípios sulistas, 96% têm mais habitantes se declarando como brancos, ante a 3,7% com população parda predominante e 0,3% com maioria indígena.

No Sul, não há cidades com população predominantemente preta.

CAMILA ZARUR / Folhapress

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