SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Por conta do calor extremo e de uma onda de tempestades, você já deve ter recebido em seu celular ou viu algum alerta sobre uma situação meteorológica. Alguns desses avisos são do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), que classifica os alertas com as cores amarelo, laranja e vermelho.
Dados do Google Trends mostram que os brasileiros estão mais interessados em entender o que significam esses alertas. Nos últimos 90 dias, por exemplo, as principais pesquisas relacionadas às ondas de calor são os termos “alerta vermelho, onda de calor”, “alerta laranja, onda de calor” e “previsão onda de calor”.
Além disso, de acordo com a plataforma, nesse mesmo período, os termos “alerta tempestade” e “alerta laranja, tempestade” são as principais pesquisas relacionadas a tempestades.
O QUE SIGNIFICAM AS CORES DO INMET
**Amarelo**
Indica que poderão ocorrer situações meteorológicas potencialmente perigosas. Quando se refere a alertas de onda de calor, as temperaturas devem ficar 5°C acima da média de dois a três dias consecutivos.
Já em relação ao alerta de chuva, essa classificação indica um volume de chuvas acima de 20 mm, podendo chegar a 30 mm, com ventos de 40 km/h a 60 km/h. Andrea Ramos, meteorologista do Inmet, afirma que nesse caso há impactos, mas em grau menor, como riscos de alagamento, queda de galhos de árvores ou interrupção de energia elétrica.
**Laranja**
Essa classificação denomina situações perigosas. Se for um alerta de calor, significa que teremos de três a cinco dias com temperaturas 5°C acima da média.
Para alerta de chuvas, indica um volume acima de 30 mm e que os ventos ultrapassarão 60 km/h. Ramos explica que nessa classificação há risco de queda de árvores e queda de energia elétrica.
**Vermelho**
Significa alerta de grande perigo, quando poderão ocorrer fenômenos meteorológicos de intensidade excepcional.
No caso de alerta de calor, indica que teremos mais de cinco dias 5°C acima da média, enquanto no alerta de chuvas será um volume acima de 80 mm a 100 mm.
Ramos diz que nessa classificação há um grande risco de enchentes, transbordamentos de rios, alagamentos. Ela cita como exemplo o que ocorreu em São Paulo no início de novembro, quando houve uma forte chuva, com rajadas de vento, e a consequente queda de energia.
A meteorologista lembra também que, neste ano, foram emitidos diversos alertas de chuvas e tempestades na região Sul. Em setembro, temporais deixaram 41 mortos no Rio Grande do Sul e 1 em Santa Catarina.
Além disso, os alertas de ondas de calor também estiveram em evidência. Segundo Ramos, neste ano foi emitido mais desse tipo em relação ao ano passado e o país teve recordes de altas temperaturas -o município mineiro de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, a 593 km Belo Horizonte, registrou em novembro a maior temperatura já verificada no Brasil pelo instituto.
QUANDO SE PREOCUPAR?
Todos os alertas merecem atenção. “Os cuidados são contínuos, mas é necessário aumentar o nível de atenção e precaução à medida que o alerta se torna mais severo”, diz Maxwel Souza, porta-voz da Defesa Civil do Estado de São Paulo e tenente da Polícia Militar.
COMO SE PROTEGER?
**Alertas de ondas de calor**
Evitar atividades físicas, principalmente na parte da tarde, do meio-dia às 15h, já que durante uma onda de calor as temperaturas máximas geralmente são mais elevadas nesse período.
Além de de manter uma boa hidratação, utilizar protetor solar e evitar roupas pesadas ao sair.
**Alertas de chuvas e ventos**
Caso não esteja em uma área de risco iminente, é aconselhável permanecer em casa e deixar a tempestade passar. É recomendável evitar o uso do celular enquanto estiver conectado à tomada, devido ao risco de raios, aconselha Ramos.
Além disso, não permanecer em áreas abertas, próximas a piscinas ou debaixo de árvores, devido ao perigo de descargas elétricas.
Se estiver na rua, é mais seguro ficar dentro de um carro, pois o veículo funciona como um isolante, prevenindo os riscos associados às descargas elétricas e à chuva.
Outra dica é manter distância de construções em andamento ou de casas e prédios em obras.
“Nas grandes metrópoles, há muitas obras em andamento, e é importante que as pessoas não fiquem próximas dessas áreas. Isso se deve à presença de materiais soltos, como telhas e placas, que ainda não estão fixados e podem ser arrastados pelos ventos, representando riscos de queda sobre as pessoas”, diz Souza.
Souza afirma que a Defesa Civil agora orienta que as pessoas evitem procurar abrigo em postos de combustível, pois as coberturas metálicas podem ser retorcidas com as chuvas intensas e arrancadas pela força dos ventos.
A orientação acontece especialmente depois que diversas regiões de São Paulo registram um rastro de destruição, no início de novembro, devido a um temporal acompanhado de rajadas de vento e granizo.
COMO CONSULTAR OS ALERTAS?
O Inmet disponibiliza a previsão do tempo e os alertas no seu próprio site https://alertas2.inmet.gov.br/.
Para receber os alertas da Defesa Civil, é preciso enviar uma mensagem de texto por SMS para o número 4199. No campo da mensagem, deve-se inserir o CEP da localidade onde deseja se cadastrar.
VITORIA PEREIRA / Folhapress