Júnior, ex-Qualicorp, acerta compra da Amil por R$ 11 bilhões, Chineses que prometeram investir R$ 9 trilhões na paraíba são investigados e o que importa no mercado

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Júnior, ex-Qualicorp, acerta compra da Amil por R$ 11 bilhões, na maior transação entre uma pessoa e uma empresa no Brasil, o empreendimento em que chineses prometeram investir R$ 9 trilhões em uma cidade da Paraíba, mas que levantou suspeitas e agora é investigado e outras notícias do mercado nesta terça-feira (26).

**NO QUE INVESTIR EM 2024**

Pouco importa se o investidor é mais conservador e enche a carteira de títulos de renda fixa ou se é mais arriscado e diversifica os investimentos com ações. O ano que está chegando deve ser positivo para os dois perfis, avaliam especialistas ouvidos pela Folha.

ENTENDA

se 2023 foi marcado por uma incerteza inicial sobre se o mundo enfrentaria ou não uma recessão após a alta de juros, ele termina quase em um consenso de que o pior já passou e com apostas sobre quando as taxas irão cair.

POR QUE 2024 PODE SER BOM PARA AMBOS?

Na renda variável: políticas monetárias mais frouxas mundo afora –sobretudo nos EUA– beneficiam os mercados acionários, já que passam a apresentar uma melhor relação risco/retorno diante dos títulos do Tesouro americano –o principal parâmetro dos investidores.

Na renda fixa: apesar da tendência de queda de juros, eles não devem tombar de uma vez para outra. Outro fator positivo é que a inflação também está caindo, o que mantém um retorno real (quando é descontada a inflação) atrativo para as taxas.

SIM, MAS…

Apesar do bom momento, os especialistas reforçam a recomendação de diversificar seus investimentos e, antes de tudo, estruturar sua reserva de emergência. Ela não deve ser menor que a soma de seis meses de seus gastos correntes.

MAIS SOBRE INVESTIMENTOS

Mercado projeta Ibovespa acima dos 140 mil pontos em 2024.

Michael Viriato, do blog De Grão em Grão, fala sobre o maior risco nos investimentos para 2024.

**JÚNIOR, EX-QUALICORP, ARREMATA AMIL**

Na maior transação de fusão e aquisição no Brasil envolvendo uma empresa e uma pessoa física, o empresário do setor de saúde José Seripieri Filho, ex-Qualicorp, acertou a compra da operadora de planos de saúde Amil.

O negócio, envolvendo aporte e dívidas da companhia, foi avaliado em R$ 11 bilhões.

A transação ainda precisa do aval de órgãos reguladores, como o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

A Amil pertence ao grupo americano UnitedHealth Group, que a comprou em 2012 por US$ 4,9 bilhões. Nos últimos anos, os americanos vinham procurando um comprador para o negócio, que acumula prejuízos operacionais.

O maior problema está nos planos individuais, cujo reajuste é determinado pela ANS.Os planos coletivos e por adesão, que representam a maioria esmagadora do mercado, têm negociação direta entre as operadoras e os clientes e costumam apresentar reajustes maiores que os individuais.

A UnitedHealth chegou a acertar um negócio no ano passado em que ela pagaria R$ 3 bilhões para que o fundo Fiord Capital assumisse a carteira dos então 330 mil usuários de planos individuais dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. O negócio foi vetado pela ANS.

QUEM É QUEM:

José Seripieri Filho: Júnior, como é conhecido, fundou a Qualicorp, de planos de saúde por adesão, e saiu do negócio em 2019. Abriu a QSaúde em 2020 para vender planos individuais, mas havia deixado o setor novamente em meados deste ano.

Na época, disse à Folha que não tinha o mesmo desejo de voltar para o ramo.

Agora, o empresário afirmou à coluna Painel S.A. que vai “mudar para melhor a saúde suplementar no Brasil em qualidade e, principalmente, na acessibilidade [aos planos].”

Amil: é uma das maiores operadoras do país. Tem 5,4 milhões de beneficiários, 383 mil empresas clientes, 19 hospitais, 52 unidades laboratoriais, nove clínicas odontológicas e cerca de 21 mil funcionários.

Sua rede credenciada abrange 1.600 hospitais e 6.200 laboratórios e centros diagnósticos.

**NEGÓCIO DA CHINA**

Um grupo chinês havia escolhido Mataraca, cidade de menos de 10 mil habitantes da Paraíba, para um megainvestimento: a construção de um porto de águas profundas, que iria atrair 3 milhões de pessoas ao município.

A população seria mais de três vezes a de João Pessoa, capital do estado da Paraíba.

Após toda a polêmica envolvendo o empreendimento e quem estava por trás dele, o projeto ficou ameaçado, mostra Thiago Amâncio.

Os números prometidos para o empreendimento:

3 anos para a construção do porto;

R$ 9 trilhões em investimentos;

R$ 800 bilhões é o capital social da Brasil CRT, empresa responsável pelo projeto. O valor representa quatro vezes o capital social informado no CNPJ da Petrobras, maior empresa do Brasil.

As suspeitas que recaíram sobre o grupo:

Apesar do valor do capital social indicar ser uma empresa gigantesca, representantes do governo chinês na região afirmam desconhecê-la e também nunca ter ouvido falar no projeto prometido.

A companhia, com sede em Belo Horizonte, não possui site, telefone ou experiência prévia comprovada nesse tipo de empreendimento.

O vídeo apresentado em uma cerimônia em Marataca no começo deste mês era na verdade o projeto de um escritório dinamarquês para um distrito futurista em Shenzhen, no sul da China.

Após a repercussão envolvendo o caso, a promotora de Justiça de Mamanguape resolveu instaurar “procedimento extrajudicial” para investigar o grupo e o governador do estado, João Azevêdo (PSB), desmarcou uma reunião que teria com o grupo.

Diante das suspeitas, os supostos investidores internacionais notificaram a Brasil CRT para cancelar o empreendimento. “Iremos realizar outro projeto de investimento maior em outro estado do Brasil”, disse Jianing Chen, representante da companhia.

AMÉRICA LATINA

Concorrência chinesa muda perfil de fluxo na fronteira com o Paraguai. Sacoleiros perdem espaço para gigantes estrangeiros e até Correios; cigarros lideram apreensões.

TECNOLOGIA

Ministros e aliados de Lula cobram responsabilização de redes sociais após morte de estudante. Jéssica Canedo cometeu suicídio depois que teve o nome envolvido em conversas falsas sobre suposto relacionamento com Whindersson Nunes.

PESQUISA

Número de pessoas negras em cargos de chefia cresce, mas barreiras persistem. Pretos e pardos ocupam 36% das posições de liderança, no entanto com 37% menos chance de serem promovidos.

MERCADO

Solteiro, casado ou divorciado: veja quem mais demora a quitar dívidas. Levantamento da Serasa é feito em grupo com dificuldade para pagar contas.

ARTUR BÚRIGO / Folhapress

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