BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou nesta terça-feira (26) que, a partir do próximo ano, haverá reoneração no diesel, e prometeu anúncio de novas medidas para aumentar a arrecadação.
“A partir de 1º de janeiro tem a reoneração do diesel. E essa reoneração vai ser feita, estou confirmando que ela será. Mas impacto da reoneração é de R$ 0,30 e o impacto pela redução já anunciado pela Petrobras é mais de 50%”, disse Haddad a jornalistas, após reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin.
“Se você comparar o preço do diesel com dezembro de 2023, você tem uma queda do preço da Petrobras mesmo com a reoneração. Não tem razões para [o posto de combustível] aumentar. Tem para diminuir”, afirmou.
O ministro disse ainda que anunciará novas medidas nos próximos dias para aumentar a receita do governo. São projetos de lei e medida provisória, já aprovados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e devem ser encaminhados ao Congresso Nacional até quinta-feira (28).
As declarações são dadas em meio à continuidade do ceticismo entre analistas sobre a viabilidade de o governo zerar o déficit no ano que vem, meta traçada nas peças orçamentárias.
O governo conseguiu aprovar no Congresso ao longo do ano uma série de medidas ligadas à arrecadação, mas economistas veem a receita gerada por elas como insuficiente para eliminar o rombo nas contas públicas.
As alterações feitas pelos parlamentares nas propostas negociadas reforçaram o questionamento sobre o potencial das medidas e a incerteza sobre a trajetória das contas públicas nos próximos anos.
O cenário fica ainda mais prejudicado pela esperada desaceleração da economia no ano que vem, que deve limitar a expansão natural das receitas.
Haddad, por outro lado, dizia que novas medidas poderão ser lançadas. O ministro vinha reiterando que continuaria em sua agenda de recomposição da base fiscal do Estado brasileiro -que, em sua visão, foi dilapidada nos últimos anos.
A estratégia está alinhada com a ministra Simone Tebet (Planejamento), que costuma mencionar “cartas na manga” a serem usadas em caso de necessidade.
IDIANA TOMAZELLI E MARIANNA HOLANDA / Folhapress