RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Um homem apontado pela polícia como possível sucessor de Zinho no comando da maior milícia do Rio de Janeiro foi morto nesta sexta-feira (29). Antônio Carlos dos Santos Pinto, 46, o Pit, era considerado pelos investigadores como braço direito de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, preso no último domingo (24).
Pit foi encontrado morto com marcas de tiro por volta das 10h, dentro de um carro na comunidade Três Pontes, em Paciência, na zona oeste da capital fluminense.
O filho dele, de 9 anos, também foi baleado na ação e está internado em estado gravíssimo.
De acordo com as investigações, Pit era um dos responsáveis pelas finanças do grupo de Zinho, que no domingo se entregou à Polícia Federal e está preso desde então.
Pit foi preso em maio de 2019 pelo crime de milícia privada e porte de arma em uma operação da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), da Polícia Civil na ocasião os agentes também cumpriram um mandado de prisão contra ele por organização criminosa. Ele foi solto em setembro deste ano. A reportagem ainda não localizou seus advogados.
O corpo de Pit foi achado em um Gol branco por equipes do batalhão de Santa Cruz que foram acionadas para uma ocorrência de encontro de cadáver, de acordo com a Polícia Militar.
No local os agentes receberam a informação de que uma criança também havia sido baleada e levada para o hospital.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o menino recebeu os primeiros cuidados na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da região e foi transferido para o Hospital Municipal Miguel Couto, na zona sul.
A área onde ocorreu o crime foi isolada para a realização de perícia, e o caso será investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital.
A Polícia Militar afirma que o policiamento foi reforçado na região.
Das 833 áreas listadas pela Polícia Civil como sendo de influência da milícia, 812 têm a mão do grupo então comandado por Zinho. Os milicianos têm o domínio das regiões ao cobrar de seus moradores taxas extras, extorquir comerciantes e forçar monopólios de serviços básicos, como gás e luz.
Segundo a investigação, em um único mês, fevereiro deste ano, um grupo criminoso arrecadou mais de R$ 308 mil com a cobrança de taxas feitas a grandes empresas do ramo da construção civil atuantes na zona oeste do Rio.
De acordo com o Geni/UFF (Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos), milicianos ocupam quase 60% da região metropolitana do Rio de Janeiro.
ALÉXIA SOUSA / Folhapress