Paulo Galo, dos Entregadores Antifascistas, diz que furtava entregas acima de R$ 500

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Paulo Lima, o Galo de Luta, liderança entre entregadores, disse no sábado (30) na rede social X, o antigo Twitter, que furtava entregas quando o valor da compra passava de R$ 500. Na publicação, ele afirmou que “achava um desaforo” entregar uma refeição que custava o mesmo de uma compra que, para sua família, duraria o mês todo.

Na sequência de publicações, Galo relatou que, em um dia sem ter o que comer, foi chamado para retirar um pedido de R$ 750 em uma cantina italiana. A refeição, que deveria ser entregue em Moema, bairro da zona sul de São Paulo, nunca chegou ao destino.

“Naquele dia, eu cai de moto e fui me curar com a minha família”, escreveu. “Lembro de morder o file mignho e pensar ‘nem força pra mastigar eles faz.'” Na manhã deste domingo (31), voltou ao assunto. “Acordei pensativo e de fato eu cometi um erro. O certo seria Filet Mignon!”

Galo também citou o caso do influenciador Felipe Neto, que relatou na mesma rede social problemas com um pedido de R$ 1.129, feito no dia 25 de dezembro e que não foi entregue. Depois, Felipe disse que o restaurante afirmou ter havido um erro do aplicativo de entrega, pois o estabelecimento estava fechado.

“A direita ta brava com o Felipe Neto que pediu 1 e 200 de comida e ta brava comigo que 1 dia comi uma refeição de 750 reais”, escreveu. “Tem uns petista no meio bravo também! Aquele file mignho tava uma delícia! Sem arrependimentos!”

O relato de Galo foi criticado à esquerda e à direita, e também em grupos de entregadores em aplicativos de mensagem. Houve também quem o defendesse e quem visse, no relato, uma estratégia alinhada às ambições do ativista de se lançar candidato à Câmara de Vereadores em 2024.

Paulo Galo mantém no ar uma campanha de arrecadação de dinheiro. Segundo ele, desde que começou a dar entrevistas e atuar como ativista por direitos trabalhistas aos entregadores, foi bloqueado nos aplicativos e não pode mais trabalhar com entregas.

Ele foi uma das lideranças à frente do Breque dos Apps, manifestação realizada por diversos grupos de entregadores durante a pandemia de Covid-19, período em que o trabalho de entrega ganhou mais atenção, tanto pelo aumento de trabalhadores que buscaram esse tipo de ocupação, quanto pelo aumento da demanda, com o seguimento de recomendações de isolamento social.

Nos relatos feitos no sábado no X, Galo não disse para quais aplicativos trabalhava quando ocorreram os furtos, nem quando.

O iFood, que domina o segmento de entrega de refeições, diz que quaisquer descumprimentos das regras de uso do aplicativo podem resultar em banimento.

“No caso de de entregadores, as desativações ocorrem quando recebemos denúncias e temos evidências do descumprimento das regras aceitas por eles quando se cadastram no iFood: extravio de pedidos, fraudes de pagamento, cessão ou aluguel da conta para terceiros e mau uso da plataforma”, afirmou o app, em nota.

Para pedidos extraviados, o aplicativo diz que, quando há a comprovação de que a refeição ou compra não foi entregue, o entregador é bloqueado e o valor da compra é estornado ao cliente. Nos pedidos feitos por meio do app, porém, nem sempre a entrega é do iFood. O aplicativo diz que cerca de 65% das entregas são de responsabilidade dos estabelecimentos –nesses casos, a empresa funciona somente como ponte para os pedidos.

Redação / Folhapress

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