SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A colisão entre aeronaves em solo, como a desta terça-feira (2) no aeroporto de Haneda, no Japão, é uma ocorrência relativamente rara na aviação, mas foi a causa do acidente mais mortal já registrado na história.
Em 27 de março de 1977, após uma série de falhas, os Boeings 747 da Panam Airways e da KLM bateram na pista de decolagem do aeroporto Los Rodeos, em Tenerife, nas Ilhas Canárias (Espanha). Foram 583 mortos.
O avião da KLM vinha do aeroporto de Schiphol, em Amsterdã, rumo às Ilhas Canárias. O outro, da americana Pan Am, havia decolado do aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, com o mesmo destino.
Naquele dia, uma bomba explodiu no terminal de Las Palmas, para onde se dirigiam originalmente ambos os aviões. O atentado foi reivindicado pelo grupo separatista Movimento pela Autodeterminação e Independência do Arquipélago Canário (MPAIAC). Com a ameaça de uma segunda bomba, os voos foram desviados para Los Rodeos, na ilha de Tenerife, um aeroporto menor.
Diante das mudanças de orientações da torre de controle e da visibilidade prejudicada pela neblina, o Boeing da KLM se locomoveu pela pista na qual se encontrava o avião da Pan Am, e os dois colidiram.
Segundo o Ministério de Aviação espanhola afirmou à época, o piloto do avião holandês decidiu taxiar sem autorização dos controladores de voo.
As equipes de resgate relataram que sobraram apenas os restos dos dois aviões, espalhados em um raio de 500 metros. O aeroporto fechou para pousos e decolagens por vários dias.
Em 8 de outubro de 2001, um acidente de circunstâncias semelhantes deixou 118 mortos e 4 feridos no aeroporto de Linate, em Milão. Às 8h15 locais, uma pequena aeronave particular invadiu a pista de onde se preparava para decolar um MD-87 da companhia aérea escandinava SAS.
Após a colisão, o avião da SAS, que estava a aproximadamente 300 km por hora e prestes a começar seu voo, deu um giro de 45º e avançou até o hangar que armazenava bagagens do aeroporto. Em seguida, a aeronave explodiu e se transformou em uma “imensa bola de fogo”, segundo a descrição de testemunhas do acidente.
Todos os que estavam nos dois aviões morreram, além de quatro funcionários na pista.
Redação / Folhapress