SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um atirador de 17 anos matou ao menos um aluno em uma escola na cidade de Perry, em Iowa, no centro-oeste dos Estados Unidos, nesta quinta-feira (4), e feriu outras cinco pessoas.
O incidente ocorreu no primeiro dia de aula após o recesso do fim de ano. O atirador foi identificado como aluno da escola e está morto, possivelmente em decorrência de um ferimento de bala autoinfligido, de acordo com a polícia. Os agentes também encontraram um explosivo improvisado no local.
Autoridades afirmam que um estudante de sexto ano foi morto. Entre os feridos estão dois alunos e um funcionário; um deles está internado em estado grave.
Os primeiros relatos sobre o ataque surgiram por volta das 7h40 do horário local (10h40 em Brasília), quando um policial foi imediatamente enviado à escola. Até às 8h30 (11h30 em Brasília), ela tinha sido esvaziada por completo.
“Não há mais perigo para a população. A comunidade está a salvo”, afirmou o xerife do condado de Dallas, Adam Infante. Ele acrescentou que, como as aulas ainda não tinham começado, havia poucas pessoas dentro do prédio quando o agressor começou a atirar, o que provavelmente contribuiu para que o número de vítimas não fosse maior.
“É apenas o quarto dia do novo ano e nos confrontamos com outro terrível ataque a uma escola. A questão que nós e famílias das vítimas fazemos é ‘quando será hora de um basta?’ Estudantes e professores merecem saber que suas escolas são espaços seguros e focar o aprendizado, não em exercícios de segurança”, afirmou a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, após o ataque.
Perry tem cerca de 7.900 habitantes e está localizada a 64 km ao norte da capital do estado, Des Moines. Agentes do escritório local do FBI, a polícia federal americana, estão no local do crime e auxiliam a Divisão de Investigações Criminais de Iowa nas apurações.
A agência de notícias Associated Press afirmou que vários veículos de emergência cercavam o prédio da escola na manhã desta quinta. O motorista de caminhão de lixo Kevin Shelley contou à agência que seu filho de 15 anos, Zander, tinha enviado uma mensagem de celular para ele avisando da situação.
O estudante estava no corredor aguardando as aulas começarem quando ouviu tiros e correu para uma sala, sendo atingido de raspão duas vezes antes de conseguir se esconder. Ao receber a mensagem, Kevin Shelley avisou ao seu chefe que precisava ir embora imediatamente. “Nunca tive tanto medo em toda a minha vida”, disse.
À mesma agência, Rachael Kares, 18, afirmou que ela e colegas da banda de jazz da escola estavam encerrando um ensaio quando ouviram o que pareciam ser quatro tiros. “A professora olhou para a gente e gritou: ‘Corram!’. Então corremos.”
O ataque ocorre dias antes da tradicional largada oficial da corrida presidencial em Iowa. Vivek Ramaswamy, pré-candidato pelo Partido Republicano, havia programado um comício em Perry para esta quinta, mas substituiu o evento por uma “oração conjunta” após relatos do atentado, afirmou um porta-voz de sua campanha à Reuters.
A ONG Gun Violence Archive, que há quase dez anos acompanha a violência armada nos EUA, registrou 656 ataques a tiros no país em 2023.
Sempre que ocorrem episódios do tipo, volta ao debate público a discussão sobre a facilidade de acesso a armas de fogo na nação. O tema divide a sociedade americana, tanto eleitores como políticos: republicanos defendem restrições mínimas à compra e à posse de armas, enquanto democratas apoiam aumentar o controle sobre esses artefatos.
Redação / Folhapress