SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar começou o dia em alta nesta segunda-feira (8), enquanto investidores aguardam novos dados de inflação nos Estados Unidos, que serão divulgados ao longo da semana, e antes do início da temporada de balanços corporativos americana.
O dia também é de fraqueza no mercado de commodities. O petróleo registra forte queda nesta manhã, após um corte de preços na Arábia Saudita por conta de preocupações com a demanda, e o minério de ferro também recua. Nesse cenário, moedas de países exportadores, como o Brasil, são penalizadas, e o tom negativo deve afetar a Vale e a Petrobras, as duas maiores empresas do Ibovespa.
Na agenda doméstica, o mercado repercute a divulgação do boletim Focus desta semana e aguarda a publicação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de dezembro, marcada para quinta (11).
Às 9h19, o dólar subia 0,33%, cotado a R$ 4,887.
Na sexta (5), o dólar caiu 0,71%, para R$ 4,8714, menor valor desde o último pregão de 2023, quando fechou a R$ 4,8520. Na semana, a moeda americana acumulou alta de 0,4%.
Já o Ibovespa fechou a sessão em alta de 0,60%, a 132.023 pontos. Neste ano, no entanto, o índice acumula perda de 1,61%, segundo dados da CMA.
Investidores repercutiram a divulgação do relatório de criação de empregos não-agrícolas nos Estados Unidos em dezembro, o payroll. Foram 216 mil contratações líquidas em dezembro, informou o Departamento do Trabalho dos EUA nesta sexta. O número é bem maior que o esperado pelos economistas consultados pela Reuters, que previam abertura de 170 mil empregos.
Já o pagamento médio por hora aumentou 0,4% em dezembro, mantendo o mesmo ritmo de crescimento do mês passado. Na comparação anual, a alta foi de 4,1%.
Um mercado de trabalho mais forte do esperado, com aumento dos salários é um risco para a inflação americana. Por lá, o aumento de preços somou 3,1% de novembro de 2022 a novembro de 2023, acima da meta de 2% do Fed, o banco central americano.
Com uma baixa taxa de desemprego (3,7%) estável e com a atividade econômica resiliente, o Fed pode escolher manter a taxa de juros alta para combater a inflação, sem prejuízo para a economia. Atualmente, o juro está na faixa de 5,25% a 5,50% e a aposta da maioria dos economistas é que ele vai baixar 0,25 ponto percentual já em março. Com a força do mercado de trabalho americano, tal aposta poderia perder força.
Dados da véspera publicados pela ADP mostraram a criação de 164 mil postos de trabalho no setor privado dos EUA, leitura acima do esperado. “Esses resultados reforçam nossa visão de que o mercado de trabalho americano permanece apertado, apesar de alguns sinais de desaceleração suave no período recente”, disse a XP em relatório.
Porém, como os dados do payroll de novembro e dezembro foram revisados para baixo nesta sexta, com 71 mil vagas a menos do que o reportado anteriormente, os investidores não entraram em pânico.
Redação / Folhapress