RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Três testemunhas ouvidas pela Polícia Civil afirmaram ter visto Édson Davi Silva Almeida, 6, entrar no mar da praia da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, antes de o menino desaparecer na tarde de quinta-feira (4).
Policiais civis e bombeiros entraram no quarto dia de buscas pela criança nesta segunda (8). Davi estava acompanhando o pai, Édson dos Santos Almeida, 47, que trabalha há três anos como barraqueiro nas imediações do posto 4 da praia.
Em depoimento, um homem que atua na barraca com o pai de Davi afirmou que teria pedido para o menino sair da água tendo em vista as condições do mar, que estava agitado.
Ainda segundo a investigação, outra testemunha narrou que viu Davi entrar no mar por três vezes enquanto jogava futebol com outra criança.
Outra pessoa também relatou que a criança teria pedido uma prancha emprestada para entrar na água, mas que não atendeu o pedido porque o mar estava revolto. Duas bandeiras vermelhas indicavam uma enorme vala naquele trecho.
A família de Davi reafirma que não acredita na hipótese de afogamento e sim que alguém tenha levado a criança. Os pais dizem que o menino não teria entrado no mar por ter medo, e que ele costumava pedir autorização antes de entrar na água.
Segundo Édson, o filho desapareceu após brincar com crianças estrangeiras na areia da praia, que estava movimentada.
“Por volta de 16h30, estavam na areia jogando bola, ele [Edson Davi] se fazendo de goleiro. Nisso, eu atendendo um cliente, fechando conta, quando me dei conta, meu filho sumiu. Isso era 16h50, 17h, quando aconteceu”, disse o pai.
Ainda de acordo com o Édson, antes de brincar na areia, o filho fez um lanche na barraca. Nesse momento a criança abraçou o pai e posou para um vídeo rápido.
Câmeras de segurança registraram quando Davi, aparece sorrindo, de camisa térmica preta. Nos segundos seguintes do vídeo reproduzido pela TV Globo, o menino conversa com um homem desconhecido.
A polícia diz não descartar qualquer hipótese. Agentes da Delegacia de Descoberta de Paradeiros, que investiga o caso, analisam imagens de câmeras dos postos 3 e 5 da orla da Barra da Tijuca, cedidas pela Prefeitura do Rio.
De acordo com a polícia, as câmeras localizadas no local em que Davi foi visto pela última vez, no posto 4, estavam em manutenção naquele dia, conforme ofício enviado pelo município aos investigadores.
A cessão das imagens havia sido reivindicada pela família durante uma manifestação, neste domingo (7). Os pais de Davi dizem que as filmagens serão fundamentais para entender o trajeto da criança no dia em que desapareceu.
Durante o protesto no domingo, parentes e amigos carregavam faixas cobrando empenho das autoridades nas buscas do menino.
A mãe de Davi, Marize Araújo, disse nas redes sociais que não vai desistir de achar o filho.
Os bombeiros concentram as buscas nas praias da Barra, Recreio, Guaratiba e Sepetiba com aeronave, drone, moto aquática e mergulhadores.
“Já são mais de 18km de costa, desde a Barra da Tijuca até Sepetiba. E as buscas continuam de manhã, tarde e madrugada, não há previsão de encerramento”, afirmou o major Fábio Contreiras, porta-voz do Corpo de Bombeiros do Rio, no fim da noite desta segunda.
Enquanto isso, a família segue a espera por notícias sobre o paradeiro do menino. Eles moram na Gardênia Azul, na zona oeste.
Os pais de Davi, Marize e Édson registraram o sumiço do filho no fim da tarde de quinta-feira (4) na 16ª DP (Barra da Tijuca), mas a investigação foi transferida para a Delegacia de de Descoberta de Paradeiros.
Desde então, segundo a polícia, dezenas de informações sobre possíveis paradeiros da criança foram recebidas, mas todas foram checadas e descartadas.
ALÉXIA SOUSA / Folhapress