Morre Claudio Coletti, que dirigiu sucursal da Folha e cobriu Jânio e visita de De Gaulle

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O jornalista Claudio Coletti, primeiro diretor da Sucursal de Brasília da Folha de S.Paulo, morreu nesta terça-feira (9), aos 93 anos, no município de Alcobaça (BA).

Nascido em Foz do Iguaçu (PR), em 1º de novembro de 1930, Colleti começou no jornal em 1948, aos 18 anos, em São Paulo. Foi para Brasília em 1960, onde se tornou o primeiro diretor da sucursal. O jornalista ficou na Folha até 1979. Posteriormente, fez assessoria para políticos e se mudou para o litoral baiano.

Segundo Cláudia, filha de Colleti, o jornalista morreu em casa —a família ainda aguarda laudo sobre a causa oficial.

Após iniciar na Redação auxiliando outros colegas de profissão, como contínuo das Folhas da Manhã e da Noite, Colleti interessou-se pelo jornalismo e começou a fazer pequenas reportagens.

O tino para a profissão fez com que recebesse atividades mais complexas, como a cobertura jornalística de Jânio Quadros, prefeito e governador de São Paulo nos anos 1950 e depois presidente da República. Posteriormente, foi convidado a dar continuidade à cobertura em Brasília.

Chegou à região 20 dias antes da inauguração da capital federal. De lá, preparou a cobertura do evento com reportagens que eram datilografadas e enviadas a São Paulo em voos diários da Vasp.

Na cidade, montou uma livraria e trabalhou na corregedoria geral da Justiça do Trabalho —a prática de duplo emprego era usual à época.

Em entrevista dada à Folha de S.Paulo em 2021, Colleti afirmou que o maior desafio da profissão foi a cobertura da vinda do general Charles de Gaulle, então presidente da França, ao Brasil, em 1964.

Também em entrevista, lembrou o período ditatorial, em que D’Alembert Jaccoud, um dos jornalistas da sucursal de Brasília, foi torturado, e os militares faziam pressão sobre o jornal.

Coletti deixou a Folha de S.Paulo em 30 de agosto de 1979. Depois disso, fez assessoria a políticos como Franco Montoro (1916-1999) e Átila Lins (PP-AM). Ele saiu da capital federal e se mudou para Alcobaça em 2020, cidade na qual morreu.

Ele deixa os filhos Cláudia, Paulo Cesar, Cláudio, Tânia e Patrícia.

ANA GABRIELA OLIVEIRA LIMA / Folhapress

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